
São Paulo — InkDesign News — Nos últimos meses, uma peculiaridade nos vídeos do YouTube tem gerado discussão entre os usuários, especialmente os que consomem conteúdo pela plataforma de Shorts. Especialistas observam um fenômeno que remete ao conceito de “Uncanny Valley”, caracterizado por uma estranheza visual que desafia a percepção do público.
Contexto e lançamento
O YouTube, sempre na vanguarda do conteúdo digital, iniciou um experimento que envolve a “melhoria” de vídeos através de técnicas de aprendizado de máquina. Essa iniciativa foi notadamente marcada pelo surgimento de uma série de vídeos que apresentam padrões visuais incomuns, como “sombras pontiagudas” e um aspecto “plástico”. A intenção aparente é otimizar a qualidade do conteúdo, mas as reações têm sido diversas. O fenômeno foi notado por Creators como Rhett Shull, que levanta a hipótese de que o resultado pode ser uma tentativa de “upscaling” artificial.
Design e especificações
Os “enhancements” aplicados aos vídeos incluem a remoção de ruídos e o aumento de clareza, processos que se assemelham à tecnologia utilizada por smartphones modernos durante a gravação. A YouTube afirma que “estamos executando um experimento em Shorts selecionados que utiliza tecnologia de aprendizado de máquina tradicional para desfocar, desruído e melhorar a clareza de vídeos durante o processamento”.
(“We’re running an experiment on select YouTube Shorts that uses traditional machine learning technology to unblur, denoise and improve clarity in videos during processing.”)
— Rene Ritchie, Chefe de Editorial e Relações com Criadores, YouTube
Repercussão e aplicações
Enquanto alguns usuários exaltam a inovação, outros expressam preocupações sobre a artificialidade do conteúdo, que pode levar a um questionamento sobre a autenticidade e a forma como os vídeos são percebidos. A BBC destacou que as queixas a respeito dessas “melhorias” surgiram desde junho deste ano, gerando um debate sobre o uso ético de tecnologias de inteligência artificial na edição de conteúdo. Um porta-voz do Google enfatizou que “essas melhorias não são feitas com IA generativa”, uma distinção que sugere um cuidado em não associar a marca aos potenciais aspectos negativos da IA.
(“These enhancements are not done with generative AI.”)
— Porta-Voz, Google
O experimento, que parece estar em andamento há meses, levanta questões pertinentes sobre a direção que plataformas como o YouTube deverão tomar em relação à automação de processos criativos. A negativa de utilizar linguagem associada à IA generativa pode ser uma resposta ao feedback popular, que demonstra uma aversão ao artificialismo excessivo. Olhando para o futuro, é provável que o YouTube busque um equilíbrio entre a tecnologia e a autenticidade, evitando desviar-se da essência criativa que atrai tanto os criadores como os espectadores.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)