
São Paulo — InkDesign News — Uma pesquisa recente publicada em 5 de abril na International Geology Review revela que Yellowstone, nos Estados Unidos, juntamente com regiões no leste da Índia e no Vale do Rift na Tanzânia, detêm reservas potenciais de hélio “livres de carbono”. Afinal, trata-se de gás gerado em rochas antigas e geotermicamente ativas, com possibilidades de suprir a crescente demanda global para aplicações industriais e médicas.
Detalhes da missão
O estudo concentrou-se em três localidades: Yellowstone, Bakreswar-Tantloi (Índia) e o Rift Rukwa (Tanzânia), zonas caracterizadas pela atividade geotérmica e pela presença de rochas ricas em urânio e tório, elementos responsáveis pela formação do hélio a partir do decaimento radioativo. As regiões são conhecidas por emitir hélio concentrado sem a presença associada de metano, um potente gás de efeito estufa.
Desde a descoberta inicial em Yellowstone, há mais de uma década, os cientistas buscavam compreender se esse hélio poderia ser extraído para enfrentar a escassez crítica do gás natural. O avanço mais significativo veio em 2016, com a identificação de reservas significativas no Rift Rukwa.
Tecnologia e objetivos
A produção de hélio “livre de carbono” é viabilizada pelo calor geotérmico que libera átomos de hélio das rochas subterrâneas, onde ficaram presos em cristais por bilhões de anos. Segundo Jon Gluyas, professor da Universidade de Durham, “If the temperature is raised above what is called the closure temperature of the particular mineral, then the helium will be released.”
(“Se a temperatura for elevada acima do chamado temperatura de fechamento do mineral, então o hélio será liberado.”)
“We have been scratching our heads to find helium that is free from fossil fuels.”
(“Estamos nos coçando a cabeça para encontrar hélio que seja livre de combustíveis fósseis.”)— Ernest Mulaya, Geólogo Estrutural, Universidade de Dar es Salaam
O hélio liberado migra em fluidos subterrâneos até atingir a superfície, onde pode ser capturado. Contudo, como destaca Gluyas, Yellowstone não detém um reservatório lacrado, mas sim um sistema de tubulações naturais que deixam o gás escapar através de fontes termais e fumarolas, com uma perda anual de cerca de 60 toneladas de hélio.
Próximos passos
A pesquisa incentiva a exploração de locais próximos a Yellowstone e em regiões semelhantes que possam armazenar hélio liberado de forma mais eficaz. Além disso, estudos de campo na Tanzânia e na Índia continuam a mapear e avaliar a viabilidade da extração do gás, buscando uma alternativa sustentável frente à escassez mundial.
“There’s a promising future for helium to cover the shortage we are currently facing.”
(“Há um futuro promissor para o hélio suprir a escassez que enfrentamos atualmente.”)— Ernest Mulaya, Geólogo Estrutural, Universidade de Dar es Salaam
Esses avanços científicos ampliam a compreensão sobre a geração e acumulação natural de hélio, essencial para tecnologias críticas como resfriamento de foguetes, reatores nucleares, supercondutores e equipamentos médicos avançados, especialmente em um contexto que demanda alternativas para a mitigação do impacto ambiental dos processos industriais tradicionais.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)