
Contexto político
A operação deflagrada revelou esquemas que envolveriam sindicatos e entidades associativas, cobrando indevidamente bilhões de reais de aposentados e pensionistas, com prejuízo estimado em cerca de R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024. Wolney Queiroz, que assumiu a pasta da Previdência Social em maio após deixar o cargo de secretário-executivo, foi convocado pela comissão para prestar esclarecimentos acerca das fraudes relacionadas a descontos não autorizados nos benefícios do INSS. Segundo o ministro, antes da operação, o ministério recebia apenas informações limitadas do INSS, sem acesso aos dados que revelassem o real tamanho das irregularidades.
Reações e debates
Questionado sobre as ações do governo em 2023, ano em que as denúncias foram apresentadas pela conselheira Tonia Galleti, do Conselho Nacional do INSS, Wolney ressaltou que as providências foram tomadas e que a investigação durou aproximadamente dois anos. Ele explicou que o processo demandou tempo e cautela para que as informações fossem devidamente apuradas e só tornadas públicas com a deflagração da operação.
“O governo tomou as providências […] O que todo nós sabíamos era o que tinha na imprensa, alguma menção aos descontos e uma investigação por parte da CGU e que durou, essa investigação, praticamente dois anos. Se fosse uma coisa simples de ser detectada, senador [Sergio] Moro, essa ação teria sido deflagrada ainda em 2023. É uma coisa que demanda responsabilidade, serenidade, tempo e só então as informações chegaram a público quando a deflagração da operação.”
— Wolney Queiroz, ministro da Previdência Social
O ministro também esclareceu que o ministério recebia relatórios do INSS indicando que medidas estavam sendo tomadas para endurecer os critérios e reduzir as reclamações.
“Nós, enquanto Ministério da Previdência Social, recebíamos a informação do INSS que as medidas estavam sendo tomadas, que os critérios estavam sendo endurecidos, que as modalidades estavam sendo mais rigorosas, que as reclamações estavam diminuindo. Essas eram as informações que chegavam para o Ministério da Previdência.”
— Wolney Queiroz, ministro da Previdência Social
Desdobramentos e desafios
O caso expõe a complexidade no combate a fraudes estruturadas dentro da Previdência Social, ressaltando o desafio de monitoramento e transparência dos dados entre o INSS e o ministério. A dimensão bilionária do prejuízo e o envolvimento de entidades representativas demandam uma resposta coordenada do governo para garantir a proteção dos beneficiários e o ressarcimento dos valores desviados.
O ministro Wolney Queiroz e a pasta agora enfrentam a tarefa de implementar medidas eficazes para deter novas fraudes e assegurar que os controles internos sejam aperfeiçoados, contribuindo para a recuperação dos recursos públicos e restabelecimento da confiança na gestão da previdência social.
Fonte: (CNN Brasil – Política)