
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos do telescópio espacial James Webb, uma parceria da NASA, ESA e CSA, realizaram uma descoberta significativa com a detecção de uma lua previamente desconhecida, provisoriamente designada S/2025 U 1, orbitando Urano. Essa descoberta eleva o total de luas conhecidas de Urano para 29.
Contexto da descoberta
Localizado no Sistema Solar exterior, Urano é o sétimo planeta a partir do Sol. Conhecido como “o planeta de lado” devido ao seu extremo inclinação axial, Urano apresenta uma atmosfera composta por hidrogênio, hélio e metano, que lhe conferem uma coloração cianótica. As 28 luas já conhecidas do planeta incluem cinco as maiores: Titania, Oberon, Umbriel, Ariel e Miranda, descobertas entre 1787 e 1948.
As luas de Urano são nomeadas a partir de personagens de Shakespeare e das obras de Alexander Pope.
Métodos e resultados
De acordo com Dr. Maryame El Moutamid, pesquisadora no Southwest Research Institute, “este objeto, por ser de longe o menor objeto descoberto até agora, foi detectado graças a uma série de 10 exposições longas feitas pela Câmera de Infravermelho Próximo (NIRCam) do Webb”.
“Esta descoberta é um pequeno satélite do gigante de gelo.”
(“This object, by far the smallest object discovered to date, was detected in a series of 10 long exposures obtained by Webb’s Near-Infrared Camera (NIRCam).”)— Dr. Maryame El Moutamid, Pesquisadora, Southwest Research Institute
A nova lua, com um diâmetro estimado de apenas 10 km, está situada na borda dos anéis internos de Urano, a cerca de 56.250 km do centro do planeta, entre as órbitas de Ophelia e Bianca, que têm diâmetros de 43 km e aproximadamente 64 por 46 km, respectivamente.
É interessante notar que essa lua não foi detectada pela sonda Voyager 2, que realizou um sobrevoo pelo planeta há cerca de 40 anos, destacando a importância da tecnologia avançada do telescópio Webb.
Implicações e próximos passos
S/2025 U 1 é a 14ª integrante do complexo sistema de pequenas luas que orbitam internamente os maiores satélites de Urano. Dr. Matthew Tiscareno, pesquisador do Instituto SETI, observou que “nenhum outro planeta tem tantas pequenas luas internas quanto Urano, e suas complexas inter-relações com os anéis sugerem uma história caótica que desfoca a linha entre um sistema de anéis e um sistema de luas”.
“Além disso, a nova lua é menor e muito mais fraca que a menor das luas internas conhecidas anteriormente, o que torna provável que ainda mais complexidade permaneça a ser descoberta.”
(“Moreover, the new moon is smaller and much fainter than the smallest of the previously known inner moons, making it likely that even more complexity remains to be discovered.”)— Dr. Matthew Tiscareno, Pesquisador, Instituto SETI
Essa nova descoberta não apenas adiciona uma nova dimensão ao estudo das luas de Urano, como também abre a possibilidade de futuras investigações sobre como os sistemas de luas se formam e interagem com os anéis planetários.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)