
Chile — InkDesign News — O Vera Rubin Observatory, uma poderosa instalação astronômica, está prestes a iniciar suas operações no Cerro Pachón, Chile. Com um investimento de $680 milhões, o observatório busca realizar um amplo mapeamento do céu em resposta à crescente interferência de satélites em órbita.
Detalhes da missão
O Vera Rubin Observatory, cuja construção teve início em 2015, está programado para ser inaugurado mais tarde neste mês. O observatório é projetado para realizar uma varredura completa do céu sul a cada três dias, capturando imagens de estrelas e galáxias, além de identificar os milhares de satélites que estão se acumulando em órbita baixa da Terra. Este aumento no número de satélites, especialmente os da constelação Starlink, coloca em risco a qualidade das imagens obtidas pelo observatório.
Tecnologia e objetivos
Equipado com um espelho de 8,4 metros de diâmetro e a maior câmera já construído para telescópios astronômicos, o Vera Rubin possui um dispositivo de 3.200 megapixels. “Todas as características que tornam o Vera Rubin Observatory tão incrível para mapear o céu do sul também significam que ele verá muitos desses satélites”, afirmou Meredith Rawls, cientista de pesquisa no projeto.
“Estamos colocando uma quantidade enorme de objetos em órbita que interferem em nossas visões do cosmos.”
(“It’s unfortunate that this huge increase [in the number of satellites] is coinciding with the decade of Vera Rubin’s operation.”)— Meredith Rawls, Cientista de Pesquisa, Vera Rubin Observatory
Próximos passos
As equipes do observatório já estão desenvolvendo algoritmos avançados para identificar e filtrar a presença de satélites nas imagens capturadas. “A expectativa é que até 40% das imagens do telescópio tenham rastros de satélites ao longo de sua missão de 10 anos”, disse Noelia Noël, professora de astrofísica na Universidade de Surrey. Estima-se que a quantidade total de satélites em órbita pode atingir até 100.000 na próxima década se os planos de diversas empresas se concretizarem.
“Se você tirar 10 milhões de imagens, mais de 4 milhões delas poderão estar degradadas.”
(“If you take 10 million images, over 4 million of them could be degraded.”)— Noelia Noël, Professora de Astrofísica, Universidade de Surrey
A crescente obstrução das visões do céu pelo aumento dos satélites alerta para a necessidade de soluções, incluindo esforços para escurecer essas aeronaves. Se as empresas de satélites conseguirem fazer seus equipamentos dentro dos limites de brilho propostos, o impacto na astronomia de superfície poderá ser minimizado, possibilitando um avanço significativo na exploração do cosmos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)