
São Paulo — InkDesign News —
As vendas do varejo brasileiro registraram crescimento real de 1,6% em abril na comparação com o mesmo período do ano anterior, descontada a inflação, conforme indicou o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado nesta sexta-feira (9). Em termos nominais, as vendas avançaram 7,9%, refletindo o aumento da receita dos varejistas credenciados à Cielo distribuídos em 18 setores.
Panorama econômico
O cenário global mostra uma conjuntura marcada pela atentos controle da inflação e ajustes nas taxas de juros, que impactam diretamente a atividade econômica no Brasil. Internamente, o país observa uma delicada recuperação no consumo, influenciada por eventos sazonais e indicadores fiscais que apontam para moderação das pressões inflacionárias. Políticas monetárias dançam em equilíbrio para conter a inflação sem desacelerar o crescimento do PIB. Nesse contexto, a evolução recente do varejo sinaliza avanços moderados nas vendas físicas e no comércio eletrônico.
Indicadores e análises
Segundo o ICVA, o comércio físico foi o maior destaque, com alta nominal de 9,4% no ano a ano, enquanto o e-commerce cresceu 3%. O índice incorpora variações tanto absolutas, incluindo inflação, quanto descontadas dela, possibilitando uma análise precisa do desempenho real do setor. Carlos Alves, vice-presidente de tecnologia e negócios da Cielo, relacionou a retomada das vendas em abril às celebrações da Páscoa e ao feriado de Tiradentes, destacando setores específicos:
“Um dos destaques do mês foi o segmento de Varejo Alimentício Especializado, aquecido pelas vendas em chocolaterias e bombonieres. Nesse caso, houve um efeito de calendário que beneficiou o desempenho do varejo em abril, uma vez que no ano passado a Páscoa caiu em março”.
(“One of the highlights of the month was the Specialized Food Retail segment, driven by sales in chocolateries and candy stores. In this case, there was a calendar effect that benefited retail performance in April, since last year Easter fell in March.”)— Carlos Alves, VP de Tecnologia e Negócios, Cielo
Outro setor sob destaque foi Turismo e Transporte, impulsionado pela proximidade dos feriados, mostrando recuperação importante nesse segmento econômico.
Impactos e previsões
O crescimento das vendas no varejo traduz um movimento de recuperação moderada da atividade econômica, com repercussões na indústria e no mercado de trabalho. O aumento nas vendas físicas aponta para a retomada do consumo presencial, enquanto o e-commerce segue com expansão, porém em ritmo mais lento. Isso influencia a cadeia produtiva, logística e setores correlatos, que precisam ajustar suas operações para atender às demandas. A perspectiva de especialistas sugere que o desempenho do varejo deve continuar condicionado às variações da inflação e ao cenário de política monetária.
“68% dos trabalhadores estão insatisfeitos com salário, o que pode limitar o poder de compra e, por consequência, o ritmo das vendas no varejo.”
(“68% of workers are dissatisfied with their salary, which may limit purchasing power and, consequently, the pace of retail sales.”)— Serasa, Pesquisa Trabalhista
Assim, o comportamento do consumidor e as medidas adotadas pelo governo para controle da inflação e estímulo ao consumo serão determinantes para os próximos meses. A movimentação dos feriados e datas comemorativas deverá continuar exercendo influência significativa sobre o comércio varejista.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)