Universidades chinesas incentivam uso de inteligência artificial

São Paulo — InkDesign News — Nas últimas décadas, a visão sobre a inteligência artificial (IA) tem se diversificado globalmente, com ambientes educacionais na China adotando uma abordagem mais proativa em relação à sua implementação e utilização.
Contexto da pesquisa
O crescente interesse em tecnologias de IA nas universidades chinesas se contrasta com a apreensão observada em muitas instituições ocidentais. A motivação para essa mudança de paradigma está associada a uma longa tradição na China de ver a tecnologia como motor de progresso nacional, um conceito que remonta à era de Deng Xiaoping nos anos 1980. O estudo de como a IA é utilizada em salas de aula na China e a receptividade dos estudantes a essa inovação refletem um engajamento mais otimista e direto no aprendizado.
Método e resultados
Durante uma aula na China University of Political Science and Law, Liu Bingyu, professora de direito, apresentou diversas maneiras de integrar a IA ao processo educativo. A docente introduziu orientações sobre o uso responsável de ferramentas de IA, enfatizando a importância do julgamento humano na geração de resultados aceitáveis. Foram discutidos métodos para utilização de IA generativa em atividades acadêmicas, como redação de revisões literárias e elaboração de gráficos. A estrutura do curso também incluiu exemplos de bons e maus prompts, estimando-se que apenas com insumos de alta qualidade e prompts inteligentes é que se podem alcançar resultados precisos.
Implicações e próximos passos
As aplicações práticas da IA no ambiente educacional vão além da eficiência acadêmica, levantando questões éticas sobre a integridade acadêmica e a responsabilidade pelo conteúdo gerado. A cultura educacional chinesa, mais aberta a essas novas tecnologias, permite uma evolução mais rápida nas práticas de ensino e aprendizagem. No entanto, sigue a necessidade urgente de balancear a adoção da IA com uma discussão crítica sobre suas implicações sociais e éticas. Ao se concentrar na capacitação dos alunos, a esperança é que a IA se torne uma ferramenta que ampliará a criatividade humana, em vez de substituí-la.
“A atitude não é surpreendente. Há uma longa tradição na China de acreditar na tecnologia como um motor de progresso nacional.”
(“This attitude isn’t surprising,” says Fang Kecheng, a professor in communications at the Chinese University of Hong Kong.)— Fang Kecheng, Professor, Chinese University of Hong Kong
A professora Liu sugere que a IA pode atuar como “instrução, parceira de brainstorming, secretária e advogado do diabo”.
(“AI can act as ‘instructor, brainstorm partner, secretary, and devil’s advocate.’”)— Liu Bingyu, Professora, China University of Political Science and Law
O reconhecimento de que a IA pode ser uma aliada no processo educativo marca uma mudança significativa na forma como o aprendizado e a tecnologia são interligados. A adoção responsável poderá ampliar as competências dos estudantes e preparar novas gerações para um futuro tecnológico. Contudo, é essencial que esse caminho seja trilhado com cautela, levando em conta tanto as oportunidades quanto os desafios que a IA apresenta.
Fonte: (MIT Technology Review – Artificial Intelligence)