Trump quer torres de vigilância que só Palmer Luckey pode construir

São Paulo — InkDesign News — A recente proposta do governo dos EUA para expandir a segurança nas fronteiras, com ênfase em tecnologia de vigilância, destaca o crescente papel de empresas de tecnologia militar, unindo política e inovação em um cenário de crescente controle territorial.
Contexto e lançamento
No âmbito da política de segurança de fronteira, a administração Trump apresentou um projeto ambicioso que almeja investir US$ 6 bilhões em tecnologias de vigilância. O foco principal recai sobre a criação de torres de vigilância que são projetadas para formar um "muro virtual", uma tendência que reflete um aumento na militarização dos recursos tecnológicos. Com o respaldo do Departamento de Segurança Interna, a proposta suscita discussões sobre a soberania digital e o papel das tecnologias emergentes na implementação de políticas públicas.
Design e especificações
As torres de vigilância, que compõem a peça central do projeto, são descritas como sistemas autonômos. A proposta exige que a empresa vencedora do contrato demonstre que seus produtos foram “testados e aceitos pela U.S. Customs and Border Protection para entregar capacidades autônomas”, onde “autônomo” se refere a sistemas que aplicam inteligência artificial, aprendizado de máquina e visão computacional, permitindo a detecção e acompanhamento em tempo real, com intervenções humanas limitadas. Os sistemas que atendem a esses critérios contemplam predominantemente a Anduril Industries, fundamada por Palmer Luckey.
“O projeto exige que a empresa vinculada tenha um histórico de tecnologias aceitas pela U.S. Customs and Border Protection.”
(“The project’s stipulation emphasizes a need for historical acceptance by the U.S. Customs and Border Protection.”)— *[Fonte]*
Repercussão e aplicações
A escolha da Anduril, conhecida por sua abordagem inovadora em tecnologias militares, levanta preocupação sobre conflito de interesses. Palmer Luckey, CEO da Anduril, é um notável apoiador de Trump e seus vínculos financeiros com a campanha levantam questionamentos sobre favorecimento. Além disso, a empresa tem penetrado no segmento militar de maneira crescente, tendo assumido contratos valiosos, como o de construção do sistema de realidade aumentada para o Exército dos EUA. As reações na comunidade tecnológica têm sido mistas, com alguns especialistas aplaudindo a inovação e outros alertando para os riscos éticos associados à vigilância.
“As inovações trazidas pela Anduril podem transformar o panorama da segurança, mas exigem discussão sobre suas implicações éticas.”
(“The innovations brought forth by Anduril could transform the security landscape, but they necessitate discussion regarding their ethical implications.”)— *[Fonte]*
A integração de tecnologia autônoma em práticas de segurança pública sinaliza um futuro em que as fronteiras não são apenas físicas, mas também digitais, exigindo um exame cuidadoso das interações entre governança, tecnologia e direitos civis.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)