
São Paulo — InkDesign News — A recente aprovação do chamado Big Beautiful Bill pelo Congresso dos EUA, que promete impactos drásticos no sistema de saúde, levanta preocupações entre especialistas da área sobre o futuro da cobertura médica no país e seus efeitos colaterais diretos na economia e bem-estar da população.
Contexto e lançamento
O Big Beautiful Bill, apoiado por figuras proeminentes como o presidente Donald Trump e o presidente da Câmara, Mike Johnson, foi aprovado com uma votação apertada de 218 a 214. O projeto é visto como uma continuidade de políticas que visam reduzir gastos federais, especialmente em relação ao Medicaid, um programa essencial para a saúde pública nos EUA. De acordo com estimativas, mais de 17 milhões de pessoas poderiam perder sua cobertura de saúde ao longo da próxima década devido à implementação das novas diretrizes.
Design e especificações
O bill prevê cortes de aproximadamente US$ 930 bilhões no Medicaid, a assistência médica destinada a indivíduos e famílias de baixa renda. Enquanto os defensores do projeto afirmam que essas reduções não ocorrerão, os dados da Universidade da Carolina do Norte sugerem que 338 hospitais rurais estarão sob risco de fechamento. A situação é agravada por cortes recentes em hospitais de grandes centros urbanos, como UC San Diego Health, que anunciou a demissão de 230 trabalhadores, atribuindo isso a “pressões financeiras crescentes”.
“Infelizmente, o ambiente financeiro atual, impulsionado por cortes orçamentários federais previstos para o Medicaid, tornou impossível para nós continuar operando todos os nossos serviços”
(“Unfortunately, the current financial environment, driven by anticipated federal budget cuts to Medicaid, has made it impossible for us to continue operating all of our services.”)— Troy Bruntz, CEO, Community Hospital
Repercussão e aplicações
O impacto dessas mudanças é sentido não apenas em áreas rurais. Estudos indicam que hospitais em locais urbanos também enfrentam dificuldades financeiras, com dois dos maiores provedores de saúde de San Diego anunciando demissões significativas. O CEO da Sharp Healthcare, por exemplo, implementou cortes salariais para a alta administração em um esforço de contenção de custos. Para muitos especialistas, como Bea Grause, presidente da Healthcare Association of New York State, o cenário é preocupante pois “o Medicaid é um financiador importante para todos os hospitais” e a perda de financiamento terá uma repercussão em toda a economia local.
“É uma pandemia fiscal. O Medicaid é um financiador importante para todos os hospitais, e isso prejudicará financeiramente quase todos os hospitais do estado de Nova York”
(“It’s a fiscal pandemic. Medicaid is an important funder for all hospitals, and so it will financially hurt almost every hospital across the state.”)— Bea Grause, President, Healthcare Association of New York State
A perda de cobertura de saúde não se traduz, no entanto, em uma diminuição na necessidade de cuidados médicos, conforme destacado pela senadora Catherine Cortez Masto. Os hospitais se preparam para um aumento de casos em suas salas de emergência à medida que mais pessoas recorrem a esses serviços devido à falta de acesso a cuidados preventivos.
O futuro do sistema de saúde americano parece incerto. As políticas em andamento prometem cortes agressivos que poderão afetar a saúde de milhões. À medida que o debate avança, a comunidade médica e os cidadãos devem permanecer informados e engajados, preparando-se para um cenário que pode exigir novas abordagens e soluções inovadoras para garantir a saúde pública.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)