
São Paulo — InkDesign News — Nas últimas semanas, um plano polêmico para a reconstrução de Gaza tem gerado intensos debates sobre a relação entre desenvolvimento urbano e direitos humanos. Este projeto ambicioso, que promete transformar a região devastada por conflitos em cidades inteligentes, levanta questões éticas e logísticas significativas.
Contexto e lançamento
O conflito entre Israel e Gaza, que resultou em uma tragédia humanitária crescente, tem atraído a atenção do mundo. Com organizações de direitos humanos acusando Israel de genocídio, um novo esquema denominado “GREAT Trust” surgiu, sugerindo a relocação “temporária” dos habitantes palestinos de Gaza para dar espaço a um projeto de urbanização em grande escala. Este plano, que circula entre os altos escalões do governo dos EUA, reflete uma tentativa de integrar a tecnologia ao desenvolvimento de áreas devastadas.
Design e especificações
O GREAT Trust, conforme documentado por várias fontes, propõe a construção de “cidades inteligentes” que incluem residências, comércio e infraestrutura essencial, como hospitais e escolas. O conceito inclui o oferecimento de tokens digitais a proprietários de terra em troca de seus direitos sobre propriedades, além de um pagamento inicial de US$ 5.000. Segundo o projeto, “Gazan families who remain, or leave and then return after residential areas are completed to exchange their land tokens, would be offered ownership of new 1,800-square-foot apartments the plan values at $75,000 each” (“As famílias gazanas que permanecerem, ou que deixarem e então retornarem após a conclusão das áreas residenciais para trocar seus tokens terrenos, receberiam a posse de novos apartamentos de 167 metros quadrados avaliados em US$ 75.000 cada.”).
Repercussão e aplicações
A proposta tem gerado reações polarizadas. Especialistas em direitos humanos se manifestam contra a ideia de relocações forçadas, enquanto investidores veem oportunidades na transformação de Gaza em um centro tecnológico. O plano sugere que não haverá financiamento público do governo dos EUA, mas estima-se que seriam necessários de US$ 70 bilhões a US$ 100 bilhões em investimento público, desencadeando um adicional de US$ 35 bilhões a US$ 65 bilhões em investimentos privados. À medida que o número de vítimas em Gaza supera 60.000, a pressão sobre o governo americano aumenta e, como destaca um estudo da universidade de Brown, Israel enfrentou críticas acentuadas por suas ações em relação aos jornalistas na região.
O plano “purports to require no U.S. government funding and offer significant profit to investors.”
(“O plano alega não exigir financiamento do governo dos EUA e oferecer lucro significativo aos investidores.”)— Washington Post
Outro ponto de atenção é a construção das chamadas “Zonas de Produção Inteligentes”, que incluirão infraestrutura de alta tecnologia. A relação entre os direitos dos palestinos e a expansão do empreendimento levanta questionamentos sobre a real intenção por trás do projeto. Como expressou a organização dos principais estudiosos em genocídio, Israel está sujeito a um intenso escrutínio internacional devido ao seu comportamento na região.
O futuro de Gaza e o impacto de iniciativas como o GREAT Trust continuam a instigar debates importantes sobre a responsabilidade social e as implicações da urbanização tecnológica em áreas afetadas por conflitos.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)