
Brasília — InkDesign News — O Brasil registrou, ao longo da última década, 45.511 atendimentos emergenciais relacionados a envenenamentos que resultaram em internações, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) no dia 8 de outubro.
Contexto e objetivos
O envenenamento se configura como um problema de saúde pública significativo no Brasil, abrangendo tanto casos acidentais quanto intencionais. O estudo visa avaliar a extensão desse fenômeno, particularmente internamentos relacionados a intoxicação, e o público-alvo é, principalmente, a população vulnerável, como crianças e adultos jovens. A análise fornece insumos para o fortalecimento de políticas em saúde pública e para a conscientização sobre os riscos associados ao uso de substâncias tóxicas.
Metodologia e resultados
O levantamento considera uma série histórica de dados entre 2009 e 2024, com o registro médio de 4.551 casos por ano. A Abramede notou que há uma entrada de um paciente a cada duas horas em emergências por envenenamentos ocasionados por ingestão de substâncias nocivas. O estudo indicou que 3.461 internações foram causadas por intoxicação proposital. Em termos de substâncias, destacam-se os envenenamentos relacionados a medicamentos (6.407 casos), produtos químicos (6.556) e substâncias biológicas não especificadas (5.104). A Região Sudeste é responsável por quase metade dos casos, sendo São Paulo o estado com o maior número de registros (10.161 incidentes).
Implicações para a saúde pública
Os dados lançam luz sobre a necessidade urgente de implementar estratégias de prevenção e intervenção direcionadas à população afetada. “Esse índice de atendimentos indica não apenas a gravidade do envenenamento, mas também a facilidade de acesso a venenos e a falta de fiscalização”, observou a Abramede em comunicado. As regiões do Nordeste e Centro-Oeste, apesar de apresentarem números absolutos menores, também requerem atenção devido aos padrões de intoxicação. A variação nas causas, desde analgésicos até pesticidas, aponta a necessidade de regulamentação e educação sobre o uso seguro de substâncias nocivas.
“Esse índice fica em torno de 379 registros ao mês e 12,6 ao dia.”
(“This rate is around 379 records per month and 12.6 per day.”)— Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede)
Tais achados indicam que é fundamental não apenas para reforçar a atuação dos médicos emergencistas, mas também para tratar da incidência de envenenamentos em contextos sociais complexos, muitas vezes motivados por emoções. Portanto, o fortalecimento de protocolos clínicos e de estratégias de conscientização é imperativo para fazer frente a essa problemática crescente.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)