
Brasília — InkDesign News — Casos de câncer no intestino, como o que vitimou a cantora e empresária Preta Gil, geralmente só manifestam sintomas em estágio avançado, o que dificulta o tratamento e diminui as chances de cura. Por isso, pessoas com fatores de risco devem começar os exames de rastreamento antes dos 50 anos, que é a idade recomendada para a população em geral.
Contexto e objetivos
Os cânceres de cólon e reto são os terceiros mais frequentes no Brasil, com cerca de 45 mil novos registros por ano, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer para o triênio de 2023 a 2025. A necessidade de conscientização é alta, especialmente entre indivíduos com histórico familiar, que devem iniciar o rastreio antes da faixa etária padrão. O foco do rastreamento é a identificação precoce de alterações que possam indicar a presença de câncer, aumentando assim as chances de intervenção eficaz e cura.
Metodologia e resultados
O rastreio é realizado por meio de uma análise da história de vida do paciente, exame físico e dois principais testes: a análise de fezes para verificar a presença de sangramento oculto e a colonoscopia, que examina o interior do intestino à procura de nódulos, pólipos e sinais de câncer. Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal, ressalta a importância de iniciar os exames de triagem antes do surgimento de sintomas, como alteração no trânsito intestinal, perda de peso ou sangramento nas fezes. Segundo o especialista:
“Os sinais de alerta normalmente são a alteração no trânsito intestinal, seja muita diarreia ou intestino preso, perda de peso, sangramento nas evacuações, alguma dor abdominal também pode ser presente. Mas essas situações geralmente acontecem quando o câncer já está maior, por isso é tão importante o rastreio.”
(“The alert signs are usually changes in bowel habits, whether it’s severe diarrhea or constipation, weight loss, bleeding in the stools, or abdominal pain may also be present. But these situations generally occur when the cancer is already advanced, that’s why screening is so important.”)— Lucas Nacif, Cirurgião Gastrointestinal
Implicações para a saúde pública
Conforme Nacif, ainda existe uma barreira cultural que pode atrasar o diagnóstico precoce. Muitos pacientes sentem receio de realizar os exames necessários devido ao desconforto associado, como o toque retal. Essa percepção negativa acerca dos procedimentos pode resultar em diagnósticos tardios, quando as opções de tratamento são mais limitadas. Ele explica que:
“As pessoas têm receio de procurar um médico para fazer essa triagem, porque o exame começa com a avaliação física, e o médico normalmente tem que fazer um toque retal. Mas, com uma pequena avaliação, o médico já pode ser muito específico nessa prevenção.”
(“People are hesitant to consult a doctor for this screening because the exam starts with a physical assessment, and the doctor usually has to perform a rectal exam. But with a small evaluation, the doctor can already be very specific in this prevention.”)— Lucas Nacif, Cirurgião Gastrointestinal
Assim, medidas educativas e campanhas de conscientização são essenciais para promover a aceitação e a adesão a esses exames, visando a diminuição da incidência de casos avançados de câncer no intestino.
A adoção de estratégias que incentivem o rastreamento precoce e abordem as quebras culturais pode representar um avanço significativo na detecção e tratamento do câncer de intestino, contribuindo para melhores resultados em saúde pública.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)