
Brasília — InkDesign News — A nova Diretriz Brasileira para o Tratamento Farmacológico da Obesidade, apresentada pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), representa um avanço significativo na abordagem clínica desta condição, reconhecendo-a como uma doença crônica que demanda um tratamento contínuo e personalizado.
Contexto e objetivos
A obesidade é um dos principais desafios de saúde pública no Brasil, afetando milhões de indivíduos e aumentando o risco de comorbidades, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. O objetivo da nova diretriz é abordar a obesidade de forma integrada, priorizando não apenas a perda de peso, mas a proteção da saúde e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Com 35 recomendações, o documento orienta médicos e profissionais de saúde sobre a utilização adequada de medicamentos, sempre em conjunto com mudanças no estilo de vida.
Metodologia e resultados
O estudo que fundamenta a diretriz foi elaborado com base em evidências científicas e consenso entre 15 sociedades médicas. As medicações foram categorizadas conforme eficácia, segurança e duração do tratamento, reconhecendo também a possibilidade do uso off-label. Características como o Índice de Massa Corporal (IMC), adiposidade corporal e comorbidades foram consideradas nas indicações terapêuticas. O endocrinologista Fernando Gerchman, coordenador do grupo de trabalho, destacou:
“A diretriz anterior é de 2016. De lá para cá foram lançadas três novas medicações para obesidade no Brasil… A gente mudou esse conceito.”
(“The previous guideline is from 2016. Since then, three new obesity medications have been released in Brazil… We changed this concept.”)— Fernando Gerchman, Coordenador do Grupo de Trabalho, Abeso
Implicações para a saúde pública
As novas recomendações têm o potencial de transformar a abordagem ao tratamento da obesidade no Brasil. Um aspecto crucial é a individualização das intervenções, que levará em conta não apenas dados antropométricos, mas também comportamentais e sociais. O documento reforça que a combinação de medicações com mudanças de estilo de vida é fundamental para o sucesso do tratamento. Marcio Mancini, coordenador do Departamento de Farmacoterapia da Abeso, alertou:
“O uso dessa estratégia deve ser individualizado… além de considerar a segurança, a tolerabilidade e a questão do custo.”
(“The use of this strategy should be individualized… in addition to considering safety, tolerability, and cost.”)— Marcio Mancini, Coordenador do Departamento de Farmacoterapia, Abeso
A diretriz ressalta a importância de um tratamento contínuo, enfatizando que a interrupção do uso de medicamentos pode levar ao retorno do peso perdido, o que demanda reavaliações regulares e manutenção terapêutica.
Com estas diretrizes, espera-se que o Brasil possa oferecer um tratamento mais eficaz e centrado no paciente, gerando resultados positivos não apenas na perda de peso, mas também na qualidade de vida e em aspectos relacionados à saúde pública.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)