
Rio de Janeiro — InkDesign News — Aproximadamente dois terços das mulheres entrevistadas pela Pesquisa Nascer no Brasil 2 relataram ter sofrido algum tipo de violência obstétrica durante o parto, com dados revelados na última quarta-feira, 3 de outubro de 2023.
Contexto e objetivos
A violência obstétrica é um problema de saúde relevante, que afeta a segurança e o bem-estar de mulheres durante o processo de parto. O estudo visa identificar a prevalência de práticas inadequadas nas maternidades do Rio de Janeiro, abordando as experiências de parturientes em diversas condições socioeconômicas. O público-alvo são mulheres que deram à luz em maternidades públicas, privadas e mistas no estado entre 2021 e 2023.
Metodologia e resultados
A pesquisa, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, abrangeu 1923 mulheres admitidas em 29 maternidades. Os resultados indicaram que 46% das participantes relataram toques vaginais inadequados, seguidos por 31% que mencionaram negligência e 22% que experienciaram abuso psicológico. A coordenadora-geral da pesquisa, Maria do Carmo Leal, destacou que “quem é que sofreu o maior número de violências? Mulheres que eram jovens, adolescentes e as mais velhas; mulheres que tinham baixa escolaridade e as que recebiam benefícios sociais do governo”
“Who experienced the highest number of violations? Young women, adolescents and older ones; women with low education and those receiving government social benefits.”
(“Quem é que sofreu o maior número de violências? Mulheres que eram jovens, adolescentes e as mais velhas; mulheres que tinham baixa escolaridade e as que recebiam benefícios sociais do governo.”)— Maria do Carmo Leal, Coordenadora-geral da pesquisa
. A manobra de Kristeller, considerada ilegal e prejudicial, foi realizada em 53 parturientes, revelando a necessidade de melhorias no cuidado ao parto.
Implicações para a saúde pública
Os dados sugerem que aproximadamente 5,6 mil mulheres podem ter enfrentado formas graves de violência física durante o parto em 2022, evidenciando a urgência de reformatórias nas práticas obstétricas. A pesquisa reforça a importância de políticas de saúde que priorizem o respeito à dignidade das mulheres no parto. Apenas uma abordagem mais solidária e humanizada poderá mitigar casos de violência obstétrica. “Quanto mais tempo a mulher ficar no hospital, maior a chance de ter uma violência obstétrica”, alertou Leal. A análise sugere que melhorias incluem capacitação do profissional de saúde e revisão de protocolos de atendimento nas maternidades.
As recomendações apontam para um reforço nas políticas públicas e na formação profissional, visando assegurar direitos das parturientes e garantir um ambiente de respeito durante o parto.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)