
Brasília — InkDesign News — O Brasil enfrenta um aumento significativo na média de espera por transplantes de córnea, que chega a 374 dias, mais que o dobro do registrado há dez anos, conforme dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) entre 2015 e 2024.
Contexto e objetivos
A fila para transplantes de córnea no Brasil é um problema de saúde pública crescente, com 31.240 pessoas aguardando por um procedimento até julho de 2025. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) identificou que a situação é agravada por múltiplos fatores, incluindo falta de reajustes financeiros e o represamento de pacientes durante a pandemia de covid-19.
Metodologia e resultados
A análise dos dados foi realizada pelo CBO durante o 69º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, com um foco nos períodos e condições atuais que impactam as filas de espera. Entre os estados, o tempo de espera varia consideravelmente; por exemplo, o Rio de Janeiro possui uma média alarmante de 1.424 dias, enquanto Ceará e Santa Catarina apresentam tempos de espera de 58 e 164 dias, respectivamente. “Esses números correspondem à média nacional consolidada, que pondera informações por volume de procedimentos, e não à simples média aritmética dos estados”, afirmou o CBO.
“Além de repasses congelados durante anos e repercussão do coronavírus na regulação do sistema de saúde, os especialistas apontam a necessidade de contornar o problema enfrentado pelos bancos de olhos para sua manutenção frente aos custos dos insumos cotados em dólar.”
(“Besides frozen transfers for years and the impact of coronavirus on the health system regulation, specialists point to the need to address the issues faced by eye banks to maintain themselves against the costs of supplies priced in dollars.”)— Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)
Implicações para a saúde pública
O aumento na espera por transplantes de córnea reflete não apenas a pressão sobre o sistema de saúde, mas também o envelhecimento da população, que leva a um maior número de doenças degenerativas. O CBO revelou que quase 50% dos pacientes na lista de espera têm 65 anos ou mais. “Essas causas alinhadas geram uma fatura que não fecha para o banco de olhos, que recebe a mesma coisa que há uma década, quando não existiam tantos requerimentos na legislação”, destacou a entidade.
“Apesar de preocupantes, os especialistas do CBO ressaltam que o Brasil, em termos gerais, permanece muito bem avaliado em nível internacional, com um desempenho compatível com Canadá, Austrália e países da Europa.”
(“Despite the concerning nature of this issue, CBO specialists emphasize that Brazil is still well regarded internationally, with performance comparable to Canada, Australia, and European countries.”)— Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)
As estratégias futuras incluem a necessidade urgente de reajustes financeiros e melhorias no funcionamento dos bancos de olhos, que são essenciais para a oferta adequadas de córneas. Os próximos passos devem abarcar uma revisão nas políticas de financiamento e na capacitação dos profissionais envolvidos nos transplantes.
A análise dos dados é um claro chamado à ação, ressaltando que a saúde ocular deve ser uma prioridade nas políticas públicas, garantindo que os pacientes recebam os cuidados necessários em tempo hábil.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)