
Filipe Martins não embarcou com Bolsonaro para os EUA, diz embaixador
Brasília — InkDesign News — O embaixador André Chermont, cônsul-geral do Brasil em Tóquio, confirmou nesta segunda-feira (21) que Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro, não embarcou no avião presidencial rumo aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022.
Contexto jurídico
O caso envolve a acusação de Filipe Martins por tentativa de golpe de Estado, um processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Martins foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como parte de um esquema golpista para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas eleições. O embaixador Chermont prestou depoimento como testemunha de defesa durante o processo, afirmando que Martins não constava na lista final de passageiros do voo.
Argumentos e precedentes
No depoimento, Chermont afirmou:
“Não viajou, isso confirmo”
(“Não viajou, isso confirmo”)— André Chermont, Embaixador, Cônsulado-Geral do Brasil em Tóquio
O embaixador sustentou que a presença de Martins na lista apresentada pela Polícia Federal (PF) não indicava intenção de fuga. A defesa argumenta que a prisão de Martins, ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi baseada em registros que poderiam ser forjados. A PF, por sua vez, alegou que a ausência de registro de entrada ou saída do país indicava intenção oculta de Martins de fugir.
Impactos e desdobramentos
A situação tem gerado intensas discussões sobre a condução de processos relacionados ao golpe. A defesa de Martins alega irregularidades na obtenção da suposta evidência de sua entrada nos EUA, proposta pela PF. Em fevereiro de 2024, Martins foi preso preventivamente. Após seis meses, foi liberado sob medidas cautelares, incluindo a proibição de uso de redes sociais. Citações de Martins e seus advogados ressaltam a visão de que houve manipulação nas investigações, colocando em dúvida a eficácia da operação policial e sua legalidade.
Parafraseando a defesa, os advogados de Martins sustentam que a PF induziu o STF a erro com alegações infundadas.
“A defesa de Martins sempre negou que ele tivesse premeditado uma fuga relacionada a uma tentativa de golpe de Estado”
(“A defesa de Martins sempre negou que ele tivesse premeditado uma fuga relacionada a uma tentativa de golpe de Estado”)— Advogados de Filipe Martins
As implicações desse caso não só desafiam a estabilidade do processo judicial, mas também potencialmente afetam a percepção pública sobre a atuação das autoridades e sua interação com processos parlamentares e judiciais.
Fonte: (Agência Brasil – Justiça)