
São Paulo — InkDesign News — Um sistema automatizado de compartilhamento de dados, desenvolvido em conjunto pela SpaceX e astrônomos radioastronômicos dos Estados Unidos, promete proteger telescópios de rádio em todo o mundo de interferências disruptivas provenientes de satélites em órbita baixa da Terra.
Detalhes da missão
Nos últimos três anos, uma equipe de pesquisadores do U.S. National Radio Astronomy Observatory (NRAO) trabalhou na criação de uma solução. Em colaboração com a SpaceX, os cientistas desenvolveram um complexo sistema de compartilhamento de dados que informa em tempo real o sistema Starlink sobre observações programadas por telescópios, incluindo as frequências que os astrônomos planejam observar. Com isso, quando os satélites sobrevoam os telescópios, o sistema ordena que eles desviem seus feixes ou silenciá-los. O sistema tem sido testado com sucesso no Very Large Array (VLA) no Novo México desde agosto de 2024.
Tecnologia e objetivos
O sistema consiste em dois componentes principais: o Operational Data Sharing (ODS), que envia os horários de observação para a Starlink, e o algoritmo Starlink Telescope Boresight Avoidance, que orienta os satélites a redirecionar seus feixes. Chris De Pree, gerente adjunto de espectro do NRAO, comentou sobre a autonomia do sistema. “A boa notícia é que é autônomo de ambos os lados”, afirmou De Pree, “estamos enviando informações em tempo real à SpaceX sobre o que o telescópio está fazendo e o sistema deles processa isso e emite comandos para os satélites que estão se aproximando do telescópio.”
(“The good news is that it’s autonomous on both sides.”)
Próximos passos
O sistema será implementado em outras instalações, incluindo o Very Long Baseline Array e o Green Bank Telescope na Virgínia Ocidental. De Pree mencionou que outros telescópios poderiam adaptar a tecnologia desenvolvida, permitindo que a astronomia de rádio e as constelações de internet coexistam de forma pacífica, já que “os eletrônicos dos telescópios de rádio são bastante sensíveis e não foram desenvolvidos para lidar com sinais tão fortes”.
(“It’s as if somebody is yelling at you.”)
O avanço dessa colaboração entre a SpaceX e a comunidade científica é crucial, pois o número de satélites em órbita está aumentando drasticamente, o que pode impactar seriamente as observações astronômicas no futuro. Estima-se que, até 2030, cerca de 100.000 satélites possam orbitar a Terra, o que transformaria o panorama da astronomia.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)