
São Paulo — InkDesign News — O avanço em tecnologia médica promete transformar o tratamento de pacientes com AVC. A Artedrone, startup parisiense, desenvolve um sistema de microrobô chamado Sasha, que visa melhorar a cirurgia de trombectomia mecânica de forma autônoma, com previsão de primeiros testes em humanos para 2027.
Tecnologia aplicada
O sistema Sasha utiliza ímãs e robótica para orientar um cateter na remoção de coágulos sanguíneos em pacientes com AVC. Através de imagens de tomografia computadorizada (CT) ou ressonância magnética (MRI), o Sistema cria um gêmeo digital da vascularização do cérebro, permitindo um mapeamento preciso do caminho a ser seguido pelo cateter durante o procedimento. Ao iniciar o uso do cateter pelo profissional de saúde em um laboratório de intervenções, o robô é impulsionado pelo fluxo sanguíneo até bifurcações, onde a utilização de ímãs direciona o cateter na trajetória planejada.
Desenvolvimento e testes
A Artedrone, apoiada pelo Truffle Capital, já apresentou resultados de seus programas pré-clínicos para publicação. Atualmente, a empresa busca levantar €20 milhões (aproximadamente R$ 22,5 milhões) em um financiamento Série B para consolidar o desenvolvimento do Sasha e financiar os estudos iniciais em humanos. Os testes até o momento se basearam em modelos 3D de anatomia suína e humana, replicando condições de pressão arterial, viscosidade e temperatura para validar a eficácia do sistema.
“Acreditamos que existe uma enorme necessidade no mercado e que pessoas estarão dispostas a investir em nossas soluções, dada a carga e os custos altos associados a AVC, a terceira maior causa de incapacidade a longo prazo no mundo.”
(“We know what we’re trying to do. There’s a huge need out there. People will be willing to pay for it because there’s this huge burden and huge costs associated with stroke, the third-leading cause of long-term disability in the world.”)— Liane Teplitsky, CEO, Artedrone
Impacto e aplicações
O potencial do sistema Sasha vai além da trombectomia, podendo ser utilizado em outros procedimentos neurovasculares e aplicações cardiovasculares. O design inovador do cateter permite que o sistema se adapte ao fluxo sanguíneo, garantindo uma captação eficaz do coágulo. Além disso, a Artedrone está focada em garantir que o equipamento seja fácil de usar, uma consideração essencial ao olhar para a implementação em centros de atendimento ao AVC. O objetivo é democratizar um procedimento complexo e aumentar o acesso a tratamentos eficientes.
“O desafio é garantir que o sistema atenda às necessidades, mas também que seja de fácil utilização para os profissionais de saúde.”
(“We want to make sure that it’s really meeting a need, and I feel we’ve done this. The second challenge is ease of use.”)— Liane Teplitsky, CEO, Artedrone
Na busca pela aprovação regulatória, a empresa pretende seguir o caminho mais direto, visando o yes FDA 510(k). Com um design de sistema que se mostra robusto, o lançamento da tecnologia no mercado pode ter um enorme impacto na mitigação dos efeitos do AVC, beneficiando a saúde pública e otimizando operações em ambientes médicos complexos.
Fonte: (The Robot Report – Robótica & Automação)