Secretário destaca investimento em leilões rodoviários mesmo com Selic alta

Brasília — InkDesign News — Os leilões de concessões rodoviárias realizados pelo governo federal continuam a ser atrativos para investidores, apesar da oscilação da taxa básica de juros, a Selic, conforme destacou o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, em evento na capital federal realizado no início de maio de 2025.
Panorama econômico
O contexto atual da economia brasileira é marcado por uma expectativa de ajuste de menor magnitude na taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na reunião prevista para 7 de maio de 2025. Em março, o colegiado aumentou a Selic para 14,25%, mantendo uma política monetária restritiva para controlar a inflação num cenário de pressões fiscais e volatilidade econômica global.
Em meio a esse cenário, o Ministério dos Transportes avançou nas concessões rodoviárias, que são parte dos esforços para estimular investimentos em infraestrutura, fundamentais para o desenvolvimento econômico e o escoamento da produção nacional, sobretudo na região Centro-Oeste.
Indicadores e análises
A Rota da Celulose, conjunto que inclui as rodovias federais BR-262 e BR-267 e as estaduais MS-040, MS-338 e MS-395, recebeu quatro propostas formalizadas por fundos de investimentos e consórcios como BTG, XP, Kinea, Way e K-Infra. A extensão total a ser concedida soma 870,3 quilômetros, com prazo contratual de 30 anos.
Este leilão, previsto para 8 de maio de 2025 na B3 em São Paulo, marca uma retomada após a ausência de ofertas no certame anterior, que ocorreu no final de 2024. Para atrair investidores, a modelagem do leilão foi revisada para garantir maior segurança jurídica e flexibilidade no cronograma das obras, com prazos estendidos para entrega das principais intervenções entre o 6º e o 8º ano de contrato.
O secretário George Santoro ressaltou o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como âncora para as expectativas do mercado, contribuindo para tornar os leilões mais competitivos e confiáveis.
“Em um projeto de infraestrutura, não importa a flutuação da taxa de juros. O Brasil sempre conviveu ao longo de sua história com taxas que sobem, baixam. A gente conseguiu viver muito bem assim.”
(“In an infrastructure project, the fluctuation of interest rates does not matter. Brazil has always lived with rates rising and falling throughout its history. We have managed very well in that way.”)— George Santoro, secretário-executivo do Ministério dos Transportes
Impactos e previsões
Os investimentos previstos para a Rota da Celulose somam R$ 10,1 bilhões, com objetivo principal de modernizar a infraestrutura viária, facilitando o escoamento da produção agrícola e industrial do Centro-Oeste brasileiro. Esses avanços são cruciais para a competitividade da cadeia produtiva regional e nacional.
Além disso, a concessão prevê a construção do contorno no município de Três Lagoas, cuja responsabilidade ficará sob a alçada do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), com previsão de incorporação desse trecho ao contrato principal após a conclusão das obras no quarto ano de vigência.
“Essas mudanças que foram feitas fazem com que os processos tenham segurança jurídica.”
(“These changes that were made make the processes have legal security.”)— George Santoro, secretário-executivo do Ministério dos Transportes
O cenário desenhado sugere que, mesmo em ambiente de juros elevados e inflação controlada, investimentos em infraestrutura através de concessões devem manter-se atrativos, impulsionados por ajustes contratuais e pelo suporte do BNDES.
Os próximos meses serão decisivos para verificar a repercussão dos leilões, o fluxo de investimentos e o impacto desses projetos sobre a dinâmica econômica e logística nacional, podendo influenciar também o ritmo de recuperação do PIB e a relação com o mercado financeiro.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)