Brasília — InkDesign News —
A vacinação contra hepatite A no Brasil passou a ser indicada também para usuários de profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV, conforme anúncio do Ministério da Saúde divulgado em 2 de maio. A medida visa conter surtos recentes da doença entre adultos, grupo priorizado devido ao novo perfil epidemiológico.
Contexto e objetivos
A hepatite A é uma inflamação hepática causada por infecção viral, cuja gravidade aumenta em adultos. Com a vacinação infantil iniciada em 2014, a doença migrou para a população adulta. O Ministério da Saúde informa que “a meta é imunizar 80% de todas as pessoas que utilizam PrEP” — atualmente mais de 120,7 mil cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS) são usuários desse tratamento preventivo ao HIV. A alteração no esquema vacinal objetiva conter surtos, especialmente entre homens que fazem sexo com homens, perfil predominante entre os usuários da PrEP. Segundo o ministério, a ampliação da vacinação atende à “mudança no perfil epidemiológico da doença” e busca diminuir casos graves, hospitalizações e óbitos.
Metodologia e resultados
A imunização será realizada com duas doses da vacina contra hepatite A, com intervalo de seis meses. Para acessar o imunizante, os usuários devem apresentar receita médica atestando o uso de PrEP. A aplicação ocorrerá nos serviços de referência onde os medicamentos contra HIV são fornecidos. “Outros surtos foram registrados posteriormente, com predominância na população de homens que fazem sexo com homens. Atualmente, cerca de 80% dos usuários da PrEP têm esse perfil. Os surtos foram controlados com ajuda de ações específicas de vacinação”, destacou a pasta em nota oficial.
“A hepatite A é uma inflamação no fígado causada por uma infecção viral, que pode resultar em complicações. A doença, segundo o ministério, tende a ter mais gravidade em adultos do que em crianças.”
— Ministério da Saúde
Dados históricos indicam que o aumento dos casos relacionados a práticas sexuais foi registrado pela OMS em 2016, e no Brasil, a primeira detecção do fenômeno foi em São Paulo, em 2017, com 786 diagnósticos e dois óbitos confirmados.
Implicações para a saúde pública
A ampliação da vacinação representa uma estratégia para controlar a disseminação da hepatite A entre adultos vulneráveis, especialmente usuários de PrEP. A vacinação dirigida a esse grupo pretende reduzir significativamente a incidência, internações e fatalidades decorrentes da doença. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica a vacinação como estratégia de prevenção contra a doença”, reforça a pasta. A sinalização clara de que a proteção contra hepatite A deve integrar o cuidado dos usuários de PrEP também reforça a importância da adesão ao tratamento e à prevenção combinada contra infecções sexualmente transmissíveis. Os próximos passos envolvem monitoramento contínuo dos surtos e a avaliação do impacto da ampliação vacinal.
A recomendação é que as políticas de saúde impliquem em ampla comunicação e facilitem o acesso à vacina para este público, procurando alcançar a meta de imunização de 80% dos usuários de PrEP. Espera-se que essa estratégia contribua para a diminuição da hepatite A no Brasil, alinhada aos esforços de controle das infecções sexualmente transmissíveis no país.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)
