Rio de Janeiro — InkDesign News — O estado do Rio de Janeiro celebrou a formação da primeira turma de magistério indígena em 13 de outubro de 2023, com a certificação de 16 novos educadores do Colégio Indígena Estadual Guarani Karai Kuery Renda, localizado na aldeia Sapukai, em Angra dos Reis.
Contexto educacional
A inclusão da educação indígena na formação de professores representa um marco histórico para a comunidade. Nos últimos anos, a taxa de escolarização entre os povos indígenas tem se mostrado desafiadora, com lacunas significativas em relação às demais populações. Iniciativas voltadas para a valorização da cultura local e da língua nativa são essenciais para garantir um ensino que respeite e preserve os saberes tradicionais. A interação entre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a formação sígnifica um passo relevante para o aprimoramento dos índices educacionais na região.
Políticas e iniciativas
A formação foi realizada por meio de um convênio entre a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro e a Universidade Federal Fluminense (UFF). O acordo estabeleceu que a BNCC serviria de base para a educação, enquanto a UFF cuidaria da parte técnico-pedagógica. “Estamos orgulhosos e com a sensação de dever cumprido ao promover essa reparação histórica, com a educação indígena nesse colégio nosso, que é considerado o maior colégio indígena do Rio de Janeiro”, afirmou a secretária de Educação, Roberta Barreto.
Estamos vivendo uma reparação histórica do ensino na escolarização indígena.
(“We are experiencing a historical reparation of the education in indigenous schooling.”)— Domingos Júnior, Diretor-Geral do Colégio Indígena Estadual Guarani Karai Kuery Renda
Desafios e perspectivas
Ainda há consideráveis obstáculos a serem vencidos, como a precariedade da infraestrutura das escolas e a desigualdade social que afeta diversas comunidades indígenas. No entanto, a nova turma de professores está apta a criar um ambiente educativo que compreende a importância da cultura e dos saberes tradicionais. “Essa formação vai possibilitar que a cultura e os saberes sejam difundidos, passando de geração para geração”, destacou Tânia Borges, diretora regional pedagógica da Sul Fluminense.
A valorização do conhecimento indígena nas escolas é fundamental para promover uma educação inclusiva e representativa. O reconhecimento do papel dos educadores indígenas pode impulsionar o respeito aos direitos constitucionais dos povos originários e garantir que suas histórias e tradições sejam ensinadas por aqueles que pertencem a essas comunidades.
O impacto esperado com essa nova formação pode levar a um aumento na valorização da educação indígena e à melhoria da autoestima dos jovens alunos, bem como um fortalecimento da identidade cultural, um passo significativo para uma educação mais abrangente e respeitosa às diversidades.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)
