
Triunfo — InkDesign News — Um novo protocolo para o controle da doença de Chagas está em teste na região do Sertão do Pajeú, em Pernambuco. A descentralização do tratamento busca oferecer cuidado próximo ao domicílio do paciente, reduzindo a necessidade de deslocamento para unidades especializadas.
Contexto e objetivos
A doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, afeta principalmente populações de baixa renda em áreas rurais. Menos de 10% dos casos são diagnosticados na América Latina, com menos de 1% recebendo tratamento adequado. O projeto “Quem tem Chagas, tem pressa” visa melhorar a detecção precoce e o acesso ao tratamento na comunidade. O foco recai nas cidades de Triunfo e Serra Talhada, onde a prevalência é notória.
Metodologia e resultados
Na fase inicial, profissionais de saúde e moradores participaram de capacitações sobre a doença. Em julho, mil residentes foram submetidos a testes rápidos, revelando que 9% testaram positivo. A média nacional de positividade é entre 2% e 5%. Os testes rápidos, desenvolvidos pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz, fornecem resultados em minutos, contrastando com a espera de até 45 dias para exames sorológicos.
“A gente precisa muito descentralizar o diagnóstico e fazer essa detecção mais precocemente, para que haja menos casos de pacientes crônicos”
(“We really need to decentralize diagnosis and detect earlier, so there are fewer cases of chronic patients.”)— Ana Márcia Drechsler, Gerente de Vigilância das Arboviroses e Zoonoses, Secretaria de Saúde de Pernambuco
Implicações para a saúde pública
O tratamento dos pacientes confirmados iniciará em setembro, permitindo que os cuidados ocorram próximo a suas residências. Essa abordagem é essencial, considerando que 70% dos pacientes não desenvolvem complicações cardíacas severas. “No centro de referência, nós temos doentes que, muitas vezes, têm que andar 800 quilômetros para ser atendidos”
(“At the reference center, we often have patients who have to travel 800 kilometers to be seen.”)
— Wilson Oliveira, Médico responsável pelo projeto
O esforço do projeto é amplamente apoiado pela Novartis Brasil, que busca fortalecer a atenção primária como via de acesso eficaz à saúde, com potenciais implicações para políticas públicas em outras regiões endêmicas do país.
Recomenda-se a ampliação das iniciativas de diagnóstico e tratamento, com o objetivo de reduzir a mortalidade associada à doença e garantir que os pacientes tenham acesso a cuidados próximos de suas casas.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)