
Pequim, China — InkDesign News — O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou, no dia 13 de junho de 2023, um novo “mapa-múndi invertido” em um evento diplomático realizado em Pequim. A exibição ocorreu durante encontro entre representantes brasileiros e o primeiro-ministro chinês Li Qiang, com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente do IBGE, Marcio Pochmann.
Contexto político
O lançamento do mapa realizado pelo IBGE marca uma iniciativa inédita na cartografia oficial brasileira, invertendo os tradicionais pontos cardeais ao colocar o Sul na parte superior e o Brasil no centro do globo terrestre. A proposta reflete uma tentativa de reposicionamento simbólico do Brasil e de países do hemisfério Sul em face das dinâmicas econômicas e geopolíticas contemporâneas, sobretudo considerando o crescente protagonismo de potências emergentes como a China.
Marcio Pochmann, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidir o IBGE desde julho de 2023, coordena a iniciativa. Economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutor pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Pochmann acumula experiência acadêmica e administrativa, incluindo passagens pela presidência do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e da Fundação Perseu Abramo.
Reações e debates
A repercussão do novo mapa nas redes sociais foi marcada por debates acalorados, com opiniões divergentes sobre a utilidade e o significado da inversão cartográfica. Críticos argumentam que a mudança pode gerar confusão em relação à orientação geográfica tradicional; apoiadores defendem a relevância simbólica de questionar visões eurocêntricas do mundo.
“Contribui para divulgar a nova formato cartográfico do mundo em transformação amparado no inédito dinamismo econômico e protagonismo geopolítico, desconhecido pelo menos nos últimos 500 anos.”
— Marcio Pochmann, presidente do IBGE
Além de Pochmann, a presença da ex-presidente Dilma Rousseff, atualmente presidente do banco do Brics, salienta a importância política do evento, ao evidenciar um alinhamento estratégico entre Brasil e países do grupo dos Brics, com ênfase na cooperação Sul-Sul.
Desdobramentos e desafios
O novo mapa pode abrir espaço para um repensar mais amplo sobre a forma como as representações geográficas influenciam percepções políticas e econômicas. Embora ainda incipiente, a iniciativa do IBGE pode estimular debates sobre identidade nacional e o posicionamento do Brasil em um mundo multipolar.
Entretanto, desafios práticos permanecem, incluindo a adaptação educacional, a aceitação internacional e a utilização em mapas oficiais para fins técnicos e administrativos. A continuidade do diálogo sobre o tema poderá determinar o impacto real dessa inovação cartográfica nos próximos anos.
“A medida simboliza um gesto geopolítico alinhado com as transformações econômicas e políticas globais, enfatizando uma nova percepção do poder no hemisfério Sul.”
— Analista geopolítico, Instituto de Relações Internacionais
Em suma, a apresentação do mapa invertido pelo IBGE em Pequim destaca uma tentativa de reposicionamento simbólico do Brasil no cenário global, sinalizando novos caminhos para a agenda política externa e o debate sobre identidade nacional. O sucesso da iniciativa dependerá da receptividade e do diálogo contínuo entre sociedade, governo e comunidade internacional.
Fonte: (CNN Brasil – Política)