
Belém — InkDesign News — O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, divulgou nesta quinta-feira (8) a segunda carta da liderança da conferência, destacando os principais aspectos que orientam a organização do evento climático, previsto para novembro em Belém. O comunicado ressalta a transição da “visão para a ação” no enfrentamento da crise climática global.
Contexto político
A COP30 surge no contexto de crescente urgência climática e busca mobilizar a comunidade internacional para passos concretos. A organização do evento, liderada pelo governo brasileiro, pretende abrir espaço para a sociedade civil por meio de uma plataforma online que permita propostas e contribuições colaborativas. Esse processo coletivo está vinculado à Semana do Clima da UNFCCC, marcada para ocorrer em maio de 2025 na Cidade do Panamá. O movimento está sendo denominado Mutirão Global, sinalizando uma mobilização conjunta com múltiplos atores sociais em prol da ação climática.
O embaixador Corrêa do Lago assinala que a COP30 tem potencial para ser um momento de virada histórica, integrando ações locais e globais de maneira estruturada. Para isso, a presidência da conferência estabeleceu quatro círculos de liderança que debaterão temas cruciais como financiamento climático, povos indígenas e governança global, incluindo pela primeira vez a participação dos ministros da Fazenda em um fórum específico.
Reações e debates
As quatro frentes de trabalho — Círculo de Presidentes da COP, Círculo dos Povos, Círculo de Ministros da Fazenda e Círculo Ético Global — foram idealizadas para fortalecer o diálogo e a governança climática. Lideranças como Laurent Fabius, ex-presidente da COP21, e Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, terão papel destaque.
“A intenção é mobilizar a humanidade em sua transição para o futuro, com base em uma estrutura capaz de integrar ações locais.”
— André Corrêa do Lago, presidente da COP30
A participação dos ministros da Fazenda, sob liderança de Fernando Haddad, visa reforçar a orientação estratégica nas finanças climáticas, ampliando o espectro de atores envolvidos e deslocando o debate para horizontes econômicos e financeiros críticos.
“Incorporar os grupos de liderança é uma forma de trazer para o debate vários personagens. Pela primeira vez o grupo de ministros da Fazenda vai participar da discussão.”
— André Corrêa do Lago, presidente da COP30
Desdobramentos e desafios
O lançamento da plataforma digital para engajamento da sociedade civil é o próximo passo da presidência da COP30, previsto para as próximas semanas. Esse mecanismo busca fomentar a participação e ampliar a representatividade das propostas no evento, elevando sua legitimidade e abrangência.
Ao reunir diferentes setores em fóruns especializados, a conferência se prepara para enfrentar desafios complexos como a governança climática integrada, o financiamento sustentável e a inclusão das comunidades tradicionais. Essas instâncias de debate e liderança também poderão influenciar políticas públicas nacionais e acordos multilaterais.
O evento em Belém deve consolidar avanços em diretrizes estratégicas pragmáticas, destacando o Brasil como protagonista na agenda da transição energética e da justiça climática global.
Fonte: (CNN Brasil – Política)