
São Paulo — InkDesign News — Uma pesquisa recente explora como a dinâmica das mídias sociais pode acentuar a polarização política e social, revelando a complexidade nas interações humanas mediadas por algoritmos.
Contexto e lançamento
A polarização política e social nas plataformas digitais, como Facebook e X, tem sido objeto de discussão há anos. Embora os algoritmos amplifiquem esses comportamentos, um estudo inovador da Universidade de Amsterdã, publicado no arXiv, demonstra que até mesmo sistemas de inteligência artificial podem refletir esses padrões de comportamento. Usando 500 chatbots baseados no modelo de linguagem GPT-4o mini, os pesquisadores criaram um microcosmo de interação social que simula comportamentos humanos em um ambiente desprovido de algoritmos de recomendação ou publicidade.
Design e especificações
Os chatbots foram atribuídos a personas políticas distintas e colocados em uma plataforma de mídia social simplificada. Cada bot interagia com outros e com o conteúdo disponível, realizando um total de 10.000 ações ao longo de cinco experimentos diferentes. Os resultados mostraram uma tendência clara: bots que compartilhavam crenças políticas semelhantes tendiam a seguir uns aos outros, enquanto conteúdos mais partidários atraíam maior engajamento, incluindo seguidores e repostagens.
Repercussão e aplicações
Esses achados levantam questões sobre a natureza da interação humana em ambientes digitais. Os pesquisadores tentaram diversas intervenções, como feeds cronológicos, desvalorização de conteúdos virais, ocultação de perfis e amplificação de opiniões divergentes. No entanto, nenhuma dessas estratégias mostrou resultados significativos, com a simulação que escondia bios de usuários até acentuando divisões políticas. É um reflexo perturbador da tendência de nossos instintos mais primitivos. “As redes sociais são um espelho deformante da humanidade; elas refletem quem somos, mas de uma maneira distorcida”, diz um dos autores da pesquisa.
“Podemos imitar a interação humana, mas os resultados não são promissores.”
(“We can mimic human interaction, but the results are not promising.”)— Pesquisador, Universidade de Amsterdã
À medida que a tecnologia avança, o desafio de criar ambientes digitais saudáveis se torna mais premente. A pesquisa sugere que é necessário repensar não apenas a forma como interagimos online, mas a própria estrutura das plataformas que moldam essas interações. Os próximos estudos devem se concentrar em como construir espaços virtuais que incentivem um diálogo mais construtivo e menos polarizado.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)