
Pernambuco — InkDesign News — Cerca de 80 profissionais dos núcleos de Atenção Psicossocial nas Escolas participam do curso “Da lei à prática”, que aborda a implementação da Política Nacional de Saúde Mental nas Escolas, em Pernambuco, entre os dias 10 e 11 de outubro de 2024.
Contexto educacional
A saúde mental de crianças e adolescentes no Brasil é uma preocupação crescente, especialmente em um contexto onde cerca de 20% dessa população enfrenta problemas emocionais ou comportamentais. O aumento do reconhecimento institucional sobre a importância dessa temática culminou na promulgação da Lei nº 14.819, que institui a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares. Essa legislação visa direcionar esforços para garantir ambientes escolares mais saudáveis e inclusivos, envolvendo educadores, gestores e familiares no processo de cuidado.
Políticas e iniciativas
O curso promovido pelo Global Center da Fundação Stavros Niarchos (SNF) em parceria com o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e secretarias estaduais explora temas essenciais, como desinstitucionalização e direitos humanos. O objetivo é capacitar profissionais da educação, criando um plano de ação que responda às demandas locais. Segundo Luis Augusto Rohde, supervisor técnico no Brasil do Global Center, “Sabemos que professores e profissionais da educação se deparam, no dia a dia, com questões de saúde mental no ambiente escolar, mas muitas vezes não têm as ferramentas necessárias para lidar com elas.”
“Sabemos que professores e profissionais da educação se deparam, no dia a dia, com questões de saúde mental no ambiente escolar, mas muitas vezes não têm as ferramentas necessárias para lidar com elas.
(“We know that teachers and education professionals face mental health issues in the school environment on a daily basis, but often do not have the necessary tools to deal with them.”)— Luis Augusto Rohde, Supervisor Técnico, Global Center
Desafios e perspectivas
Apesar das iniciativas positivas, desafios persistem. A infraestrutura escolar muitas vezes é inadequada para atender às necessidades de saúde mental, e o estigma ainda presente em torno desses temas dificulta a ação efetiva. Rohde destaca a importância de desconstruir preconceitos: “Sem dúvida temos que lidar com situações que ainda existem de entraves por estigma e preconceito e precisamos, em primeiro lugar, ajudar o professor a reconhecer que existem quadros emocionais e comportamentais que determinam coisas que ele enxergava como um comportamento inadequado voluntário da criança.”
“Sem dúvida temos que lidar com situações que ainda existem de entraves por estigma e preconceito e precisamos, em primeiro lugar, ajudar o professor a reconhecer que existem quadros emocionais e comportamentais que determinam coisas que ele enxergava como um comportamento inadequado voluntário da criança.
(“Undoubtedly, we must deal with situations that still exist due to stigma and prejudice, and we need to help teachers recognize that there are emotional and behavioral issues that determine what they perceived as voluntary inappropriate behavior in children.”)— Luis Augusto Rohde, Supervisor Técnico, Global Center
O curso em Pernambuco é um passo significativo para a capacitação de profissionais da educação, com o potencial de influenciar políticas em todo o Brasil. Os resultados serão avaliados, considerando a possibilidade de expandir o projeto para outros estados, o que poderia otimizar a atenção à saúde mental nas escolas em todo o território nacional.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)