
Brasília — InkDesign News — A nomeação de Wolney Queiroz como ministro da Previdência Social, oficializada em meio ao escândalo de fraudes bilionárias no INSS, desencadeou tensão política e judicial na primeira semana de maio de 2025. A oposição entrou com ações para reverter a nomeação, enquanto o governo federal concentra esforços em um plano de ressarcimento aos aposentados prejudicados.
Contexto político
Wolney Queiroz substituiu Carlos Lupi, que pediu demissão após denúncias de irregularidades envolvendo descontos indevidos em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O escândalo, estimado em R$ 6 bilhões desviados entre 2019 e 2024, envolve prejuízos especialmente a trabalhadores rurais, indígenas e grupos vulneráveis. A demissão de Lupi ocorreu em meio à crescente pressão por uma resposta do governo federal.
O episódio fomentou debates sobre a moralidade administrativa e a governabilidade do Ministério da Previdência. Wolney, que antes era secretário-executivo da pasta, enfrentou críticas por suposta omissão diante das denúncias. A nomeação gerou ações na Justiça e pedidos de investigação, refletindo a polarização em torno da gestão do quotidiano do INSS e da responsabilização pelos desvios.
Reações e debates
No sábado (3), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) protocolou uma ação popular na Vara Federal do Distrito Federal questionando a nomeação de Wolney, alegando que ela fere princípios constitucionais de moralidade administrativa. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para solicitar o afastamento cautelar do ministro e uma investigação formal.
“Sei que a tarefa é árdua, mas vou honrar a confiança do presidente Lula, do PDT e, principalmente, dos aposentados”
— Wolney Queiroz, Ministro da Previdência Social
Os opositores também defendem a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar as fraudes e avaliar responsabilidades. A posição oficial do governo enfatiza o avanço em um plano emergencial para ressarcir os aposentados prejudicados.
Desdobramentos e desafios
O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou ter tido uma reunião “altamente produtiva” com Wolney para evoluir na responsabilização dos infratores e na finalização do Plano de Ressarcimento Excepcional, em parceria com INSS e Dataprev. Segundo Messias, a proposta será apresentada ao Palácio do Planalto no início da semana seguinte.
“Chegamos ao consenso de que, neste momento, é crucial, a partir do diagnóstico inicial das irregularidades, avançar na responsabilização dos infratores e na finalização da proposta do Plano de Ressarcimento Excepcional destinado aos aposentados e pensionistas”
— Jorge Messias, Ministro da Advocacia-Geral da União
Além disso, o novo presidente do INSS, Gilberto Waller, tem papel central na reestruturação da autarquia e intensificação das investigações. A agenda do governo envolve a elaboração de um plano emergencial para conter os efeitos do escândalo e restaurar a confiança pública.
O contexto político permanece sensível, com o impasse judicial sobre a nomeação, que pode influenciar o andamento das medidas reparatórias e a estabilidade da gestão da Previdência Social.
O desenrolar das investigações, combinado com a resposta política ao escândalo, indicará os rumos da fiscalização dos benefícios previdenciários e da proteção aos grupos mais vulneráveis no Brasil.
Fonte: (CNN Brasil – Política)