
Brasília — InkDesign News — Wolney Queiroz foi empossado na última sexta-feira (2) como novo ministro da Previdência, mas já enfrenta forte resistência da oposição no Congresso Nacional, que avança na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar fraudes em descontos associativos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Contexto político
Wolney Queiroz assumiu o Ministério da Previdência após a renúncia de Carlos Lupi, que pediu demissão em meio a pressões decorrentes das investigações sobre fraudes em descontos associativos no INSS. As denúncias estão relacionadas a um esquema nacional que afetou aposentados e pensionistas, principalmente trabalhadores rurais e indígenas, e que resultou no afastamento de seis servidores públicos.
A tramitação da CPI no Congresso Nacional, capitaneada pelo deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), já conta com as 171 assinaturas necessárias para instalação. O pedido visa apurar a atuação de sindicatos envolvidos no esquema, perante o aumento das reclamações e a constatação de que as entidades investigadas “não tinham nenhuma estrutura operacional para prestar os serviços que ofereciam”.
Reações e debates
Além do Legislativo, o novo ministro enfrenta ações judiciais e críticas de representantes políticos. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) ingressou com uma ação popular para impedir a posse de Wolney Queiroz, argumentando que ele “presidiu parte da 303ª reunião do CNPS, em abril de 2024, na qual foi lido relatório sobre a fraude. Mesmo diante de provas contundentes de irregularidades não tomou providências para proteger as vítimas”.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o afastamento do ministro, afirmando que ele adotou “conduta omissiva dolosa, consubstanciada na inércia” frente ao esquema de fraudes bilionárias.
“conduta omissiva dolosa, consubstanciada na inércia”
— Sóstenes Cavalcante, deputado federal, líder do PL na Câmara
“presidiu parte da 303ª reunião do CNPS, em abril de 2024, na qual foi lido relatório sobre a fraude. Mesmo diante de provas contundentes de irregularidades não tomou providências para proteger as vítimas”
— Damares Alves, senadora (Republicanos-DF)
Desdobramentos e desafios
O próximo passo será a instalação formal da CPI, que deverá intensificar as investigações sobre os descontos não autorizados e aprofundar o escrutínio das entidades sindicais. A pressão política aumenta a complexidade da agenda do novo ministro, que também precisará lidar com a fiscalização do Ministério Público e a repercussão social entre os aposentados prejudicados.
A situação políticas reflete um cenário de desafios para o governo no Congresso, que enfrenta resistência crescente enquanto tenta implementar reformas na área previdenciária e garantir a integridade dos benefícios sociais.
As investigações e a mobilização das forças de oposição poderão influenciar diretamente o ritmo das políticas públicas relacionadas à Previdência Social, sinalizando um ambiente político tenso para os próximos meses.
Fonte: (CNN Brasil – Política)