
São Paulo — InkDesign News — O debate sobre privacidade e direitos autorais na era da inteligência artificial ganha novos contornos após um juiz federal determinar que a OpenAI deve manter todos os dados do ChatGPT em meio a um processo judicial por violação de direitos autorais.
Contexto e lançamento
Em 2023, o The New York Times processou a OpenAI e a Microsoft, alegando que as empresas utilizaram sua propriedade intelectual para treinar modelos de linguagem sem permissão. Defendendo-se, a OpenAI considerou as acusações “infundadas”, sustentando que o uso das informações se encaixa na categoria de “uso justo”. O juiz que preside o caso, Ona Wang, ordenou a retenção de todos os logs do ChatGPT, marca de inteligência artificial da OpenAI, aumentando a tensão entre as diretrizes de privacidade e as demandas judiciais.
Design e especificações
Até então, a OpenAI armazenava logs de usuários do ChatGPT Free, Plus e Pro apenas quando estes não optavam por cancelar essa opção. A ordem judicial representa um desvio significativo desse padrão, exigindo a manutenção indefinida de dados. Em resposta, a OpenAI argumentou que essa decisão vai de encontro ao respeito pelas escolhas de privacidade dos usuários. O COO da empresa, Brad Lightcap, declarou que “a demanda para que a OpenAI retenha todos os dados ‘abandona normas de privacidade de longa data’ e enfraquece as proteções de privacidade.”
Repercussão e aplicações
A ordem judicial gerou uma onda de preocupação nas redes sociais sobre a privacidade dos usuários. Comentários no LinkedIn e em outras plataformas alertaram sobre a necessidade de cautela ao compartilhar informações sensíveis com a ferramenta. O CEO da OpenAI, Sam Altman, se posicionou no X (antigo Twitter), afirmando que o pedido é inapropriado e estabelece um mau precedente. Ele argumentou a favor da necessidade de um “privilégio de IA”, sugerindo que interações com IA deveriam ser tratadas com a mesma confidencialidade que as conversas com advogados ou médicos.
“essa necessidade de algo como ‘privilégio de IA’ realmente acelera a necessidade de ter a conversa.”
(“we have been thinking recently about the need for something like ‘AI privilege’; this really accelerates the need to have the conversation.”)— Sam Altman, CEO, OpenAI
Além disso, a controvérsia suscitou um debate mais amplo sobre as práticas de treinamento de inteligência artificial. Exemplos de abusos anteriores na coleta de dados, como o caso do Clearview AI, conformam um cenário que requer discussão sobre o consentimento explícito para o uso de conteúdos disponíveis na internet.
“A demanda por manter todos os dados ignora normas fundamentais de privacidade.”
(“The demand for OpenAI to retain all data ‘abandons long-standing privacy norms and weakens privacy protections.’”)— Brad Lightcap, COO, OpenAI
À medida que a tecnologia avança, o equilíbrio entre proteção de dados pessoais e inovação se torna cada vez mais complexo. Nos próximos meses, novas discussões emergirão, influenciando as normas que governam a interação com a inteligência artificial e os direitos autorais.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)