
Brasília — InkDesign News — O comandante da Marinha do Brasil, almirante Marcos Olsen, afirmou em depoimento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (23), desconhecer qualquer plano de mobilização de tanques para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023.
Contexto político
O depoimento do almirante Marcos Olsen ocorre no âmbito da ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no final de 2022, envolvendo o ex-comandante da Força e réu no processo, almirante Almir Garnier. Segundo as investigações, Garnier teria colocado a força naval à disposição do então presidente Jair Bolsonaro na hipótese de decretação de estado de sítio ou na implementação de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), visando impedir a transição democrática após as eleições presidenciais.
Antes de assumir o comando da Marinha, Olsen ocupou o posto de comandante de Operações Navais, respondendo diretamente a Garnier, reforçando a importância de seu testemunho para elucidar a dinâmica interna da instituição durante o período crítico.
Reações e debates
“Em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para impedir os poderes constitucionais.”
— Marcos Olsen, Comandante da Marinha
A declaração do almirante Olsen negando a existência de qualquer ação para barrar a posse presidencial contrasta com o contexto político conturbado vivido em dezembro de 2022, quando forças militares foram mencionadas em articulações para assegurar a manutenção do poder por Jair Bolsonaro. O deputado e ex-vice-presidente Hamilton Mourão também foi notícia recentemente ao declarar que Bolsonaro estava “abatido, mas não falou em ruptura da democracia”, contribuindo para o ambiente de incerteza política no período pós-eleitoral.
Desdobramentos e desafios
O processo no STF avança agora para a fase de oitiva de testemunhas, que deve ocorrer entre 19 de maio e 2 de junho, com indicados pela acusação e defesa. Posteriormente, espera-se o interrogatório dos réus, incluindo Bolsonaro, que ainda não tem data definida. O avanço do caso é fundamental para a consolidação do entendimento da justiça sobre as tentativas de ruptura democrática e o papel das forças militares nesse contexto.
“Entre os dias 19 de maio e 2 de junho, serão ouvidas testemunhas indicadas pela acusação e as defesas dos acusados.”
— Informação do Supremo Tribunal Federal
Este caso é emblemático e indicativo dos desafios enfrentados pelo sistema democrático brasileiro diante de crises institucionais recentes. O aprofundamento das investigações e o cumprimento rigoroso das etapas processuais serão cruciais para a definição das responsabilidades e para a prevenção de futuras ameaças à ordem constitucional.
Fonte: (CNN Brasil – Política)