O futuro da inteligência artificial nos EUA: quatro gráficos

São Paulo — InkDesign News — A inteligência artificial está reconfigurando o cenário tecnológico nos Estados Unidos, concentrando-se principalmente em grandes centros urbanos, como San Francisco e Boston, e levantando questões sobre sua disseminação equitativa entre outras localidades.
Contexto da pesquisa
A pesquisa conduzida pelo Brookings Institute examina a prontidão das cidades americanas para adotar indústrias e empregos relacionados à inteligência artificial. O estudo considera a evolução da formação de talentos locais, inovações institucionais e o potencial de adoção entre empresas. A identificação de “Superestrelas em AI”, como o Vale do Silício, contrasta com os “Centros de AI Estelares”, que incluem áreas metropolitanas conhecidas pela tecnologia, como Boston e Seattle.
Método e resultados
Os pesquisadores dividiram as cidades dos EUA em cinco categorias, refletindo sua preparação para a adoção de inteligência artificial. A análise abordou dados de emprego, número de startups e a concentração de profissionais com habilidades em AI. Eles descobriram que quase dois terços dos trabalhadores que oferecem habilidades em inteligência artificial estão concentrados nessas cidades. Além disso, mais de 75% das startups de AI foram fundadas nessas localizações, evidenciando a centralização dessa atividade.
A atividade em inteligência artificial se espalhou por praticamente todas as economias regionais do país, mas é vital que se adotem políticas que promovam esse crescimento sem sacrificar outras áreas.
(“AI activity has spread into most regional economies across the country, highlighting the need for policy that encourages growth through AI without sacrificing other areas of the country.”)— Brookings Institute
Implicações e próximos passos
Apesar da concentração nas principais cidades, há 14 regiões emergentes que apresentam potencial para desenvolvimento de AI, incluindo cidades próximas a instituições acadêmicas como a Universidade de Wisconsin em Madison. Entretanto, muitos desses locais ainda enfrentam limitações, como a pouca formação em ciência e engenharia, que restringem seu crescimento no setor. Exemplificando, Columbia, Carolina do Sul, possui 860 mil habitantes e a Universidade da Carolina do Sul, mas revela uma lacuna significativa na formação de talentos com habilidades em AI.
Faltam graduados em ciência e engenharia, e poucos profissionais destacam habilidades em AI em seus perfis.
(“relatively few students graduate with science and engineering degrees, and few showcase AI skills in their job profiles.”)— Brookings Institute
A pesquisa sugere a necessidade de políticas públicas que incentivem a educação e o desenvolvimento de habilidades em setores além dos tradicionais centros de tecnologia. A integração de iniciativas educativas e parcerias entre universidades e setor privado podem ser essenciais para democratizar o acesso e impulsionar a capacidade de adoção da inteligência artificial em todo o país.
O potencial da inteligência artificial promete transformações profundas em várias indústrias, mas o sucesso dessa transição depende da capacidade de promover um crescimento inclusivo em locais sub-representados.
Fonte: (MIT Technology Review – Artificial Intelligence)