
São Paulo — InkDesign News — A recente proposta de redesign da embalagem do Nintendo Switch, concebida pelo designer Björn Van Egroo, destaca as potencialidades do design contemporâneo ao explorar inovações sustentáveis. A iniciativa desafia a norma de utilização de plásticos e papel virgem, abrindo novas frentes para a indústria.
Design de produto
A nova embalagem do Nintendo Switch surge a partir de experimentações com materiais de impressão 3D, propondo uma abordagem que utiliza fibras de coco, papel reciclado e resíduos da produção de açúcar. Essa solução visa um conceito de embalagem que não só protege o produto, mas também reflete um caráter distinto e sustentável.
Entre os aspectos visuais, a embalagem apresenta um design que não requer moldes plásticos, buscando um formato mais coerente com a urgência ambiental. Egroo argumenta que a embalagem de produtos eletrônicos deve seguir um padrão de uso único, onde, na maioria das vezes, o recipiente é descartado logo após a abertura.
Inovação e materiais
A proposta de Egroo se destaca pela utilização de materiais que são descartados em grandes quantidades globalmente. Anualmente, cerca de 9 bilhões de cascas de coco e 700 milhões de toneladas de fibras de cana-de-açúcar são desperdiçados. A nova abordagem de embalagem explora esses subprodutos, transformando-os em soluções viáveis e funcionais para o mercado.
“Não precisamos moldar cascas plásticas dentro de caixas de papel cartonadas e envoltas em filme plástico…”
(“You don’t need to mold plastic blister shells inside pristine cardboard boxes wrapped with plastic film…”)— Björn Van Egroo, Designer
Esse tipo de inovação propõe uma transição no setor, embora ainda encontre barreiras na cadeia de suprimentos estabelecida, que é resistente a mudanças radicais. Contudo, Egroo enfatiza que “embalagens feitas com pulpas moldadas são boas o suficiente para produtos tão frágeis quanto ovos, o que indica que podemos beneficiá-las em tecnologias simultâneas.”
Sustentabilidade e impacto
A proposta não apenas reforça a necessidade de repensar o uso de materiais na indústria, mas também gera um debate sobre a responsabilidade ambiental no design. Com as embalagens tradicionais sendo um dos itens de uso único mais descartados, o apelo às fibras naturais e recicladas poderia promover uma mudança significativa nas práticas de consumo.
Além disso, a ideia abre possibilidades para uma série de produtos tecnológicos, incentivando o uso de moldagem em pulpa como uma alternativa ao isopor, frequentemente utilizado para proteger aparelhos eletrônicos. Essa adaptação pode facilitar uma transição mais ampla para materiais sustentáveis na embalagem de gadgets.
No horizonte, a expansão desse conceito para novos lançamentos pode ser um passo crucial. O futuro do design de embalagens está se orientando cada vez mais para práticas sustentáveis, e iniciativas como esta podem ser um indicativo forte dessa transição em produtos eletrônicos.
Fonte: (yankodesign – Design)