NASA utiliza Vantablack em satélites para combater poluição luminosa

São Paulo — InkDesign News — Um novo tipo de tinta ultra-preta e altamente resistente, projetada para uso em satélites, promete oferecer uma solução acessível para o problema da poluição luminosa que tem afetado a pesquisa astronômica desde a recente popularização das megaconstelações em órbita baixa.
Detalhes da missão
Em breve, o Vera Rubin Observatory, um projeto que custou US$ 1,9 bilhão, iniciará suas operações e espera que até 40% de suas imagens sejam comprometidas por traços de satélites. Esta situação se agravará com a expectativa de que o número de satélites em órbita cresça para dezenas de milhares nos próximos anos. A nova tinta, chamada Vantablack 310, foi desenvolvida em parceria com astrônomos e pode reduzir a quantidade de luz refletida pelos satélites em órbita para apenas 2% da luz refletida por satélites não revestidos.
Tecnologia e objetivos
A tinta Vantablack 310 foi concebida para permitir que os satélites permaneçam menos visíveis, um objetivo crítico diante da intensificação das operações em órbita baixa. No passado, materiais como o Vantablack absorveram 99,9% da luz, mas suas aplicações eram complexas e delicadas. A nova formulação, que combina carbono negro com ligantes especiais, oferece uma solução mais robusta e facilmente manuseável, ideal para instalações de fabricação de satélites.
“Precisávamos de algo que pudesse ser manuseado por engenheiros em suas próprias instalações.”
(“We needed something that can be easily handled by engineers at their own facilities.”)— Kieran Clifford, Cientista de Materiais, Surrey NanoSystems
Próximos passos
A equipe do Surrey NanoSystems e da Universidade de Surrey testará a nova tinta Vantablack 310 no satélite estudantil Jovian 1, que está programado para ser lançado em 2024. A parte traseira do painel solar do satélite será revestida com a nova tinta, com medições de brilho sendo realizadas a partir de estações em terra durante a rotação do satélite.
“Com esta nova solução, esperamos inspirar mudanças nas políticas sobre o uso de satélites.”
(“I hope that with this new solution, we might be able to inspire some policy changes.”)— Noelia Noël, Astrofísica, Universidade de Surrey
Com a implementação de inovações tecnológicas como a Vantablack 310, espera-se que o impacto da poluição luminosa nas pesquisas astronômicas diminua, permitindo que telescópios como o Vera Rubin cumpram seu papel vital na pesquisa científica e na busca pelo conhecimento do universo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)