
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, e do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália (INAF) desvendam a formação dos enigmáticos “raindrops” de rocha fundida em meteoritos e utilizam essas informações para datar a formação de Júpiter.
Detalhes da missão
A pesquisa, publicada em 25 de agosto de 2023, centra-se em pequenos glóbulos esféricos de rocha fundida, conhecidos como chondrules, que possuem entre 0,1 e 0,2 milímetros de diâmetro. Esses glóbulos são encontrados em um tipo específico de meteorito chamado chondrite. Até o presente momento, a origem de sua forma redonda ainda era desconhecida. De acordo com o coautor Sin-iti Sirono, professor na Universidade de Nagoya, a dinâmica dos planetesimais na juventude do sistema solar teve um papel crucial na sua formação. “Quando planetesimais colidiam, a água instantaneamente se vaporiza em vapor em expansão, que agia como pequenas explosões, quebrando a rocha fundida em gotas minúsculas”, explicou o professor.
Tecnologia e objetivos
Utilizando modelos computacionais para simular o crescimento rápido de Júpiter, os pesquisadores descobriram que sua gravidade agitou os planetesimais, resultando em colisões de alta velocidade que geraram os chondrules. “Comparamos as características e a abundância dos chondrules simulados com dados de meteoritos e encontramos que o modelo gerou chondrules realistas de forma espontânea”, declarou Diego Turrini, coautor da pesquisa. O trabalho também ajudou a datar a formação de Júpiter com maior precisão, estimando que tenha ocorrido há 4,6 bilhões de anos. “A produção de chondrules coincide com a intensa acumulação de gás nebuloso em Júpiter para atingir seu tamanho massivo”, acrescentou Turrini.
Próximos passos
Enquanto esse modelo baseado em Júpiter esclarece a criação de alguns chondrules, há outros com idades diferentes. É provável que a formação de outros planetas, incluindo Saturno, também tenha contribuído para a diversidade dos chondrules observados. Assim, futuras investigações se mostram essenciais para compreender completamente os processos de formação planetária.
“Teorias anteriores de formação não conseguiam explicar as características dos chondrules sem requerer condições muito específicas, enquanto este modelo exige condições que naturalmente ocorreram no início do sistema solar, quando Júpiter nasceu.”
(“Previous formation theories couldn’t explain chondrule characteristics without requiring very specific conditions, while this model requires conditions that naturally occurred in the early solar system when Jupiter was born.”)— Sin-iti Sirono, Professor, Universidade de Nagoya
Em suma, essa pesquisa não apenas aprofunda a compreensão da formação de Júpiter, mas também do universo em que vivemos, refletindo a importância contínua da exploração espacial e seu impacto no avanço do conhecimento humano.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)