
São Paulo — InkDesign News — Um novo programa de inteligência artificial, denominado PHOEBAI, promete revolucionar a análise de sistemas estelares binários, reduzindo drasticamente o tempo necessário para distinguir suas características. O processo que costumava levar um mês agora pode ser realizado em apenas 10 minutos.
Detalhes da missão
Com o PHOEBAI, os pesquisadores da Villanova University visam resolver a análise de potencialmente centenas de milhares de sistemas binários que aguardam avaliação. O sistema pode ser uma solução crucial para cientistas, visto que mais de 50% das estrelas semelhantes ao Sol e as estrelas mais massivas estão em sistemas binários ou múltiplos. “O que levava mais de duas semanas em supercomputadores agora pode ser feito em minutos ou até segundos em um laptop”, afirmou Andrej Prša.
Tecnologia e objetivos
O PHOEBAI utiliza uma arquitetura de rede neural para tratar os desafios de identificação das estrelas em sistemas binários, especialmente quando estas estrelas estão em uma “eclipse”. “O papel da IA é atuar como uma substituição para o modelo físico”, esclareceu Prša. O modelo PHOEBAI foi desenvolvido a partir do PHOEBE, que já era otimizado e permitiu a geração de milhões de dados observacionais. Com isso, o método desenvolvido é capaz de distinguir entre a luz de dois astros em situações críticas, onde a luz se apresenta como um único ponto.
“Os astros são corpos termodinâmicos complexos, e seus modelos são custosos em termos de tempo.”
(“Stars are very complicated thermodynamic bodies that are difficult to model; the models are thus complex, and their computation is time-costly.”)— Andrej Prša, Pesquisador, Villanova University
Próximos passos
A equipe de pesquisa já está validando os resultados da IA para evitar erros sistemáticos. Durante o verão, espera-se a análise de aproximadamente 150.000 curvas de luz de sistemas binários. “Após concluírem esta análise, divulgaremos nossas descobertas na comunidade científica e ao público geral por meio de artigos revisados por pares”, ressaltou Prša. A aplicação do PHOEBAI é prevista nas missões de telescópios de exoplanetas, como o TESS e o Kepler, além do projeto Gaia da ESA.
A introdução desta tecnologia poderá aumentar exponencialmente o número de sistemas binários analisados, passando de algumas centenas para centenas de milhares, o que será um avanço significativo na nossa compreensão das populações estelares e da dinâmica do universo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)