
São Paulo — InkDesign News — Cientistas descobriram que líquenes do deserto de Mojave conseguiram sobreviver por três meses sob níveis intensos de radiação solar, que anteriormente eram considerados letais. Esta observação pode fornecer insights sobre a possibilidade de vida extraterrestre em exoplanetas.
Detalhes da missão
A pesquisa foi motivada por uma observação curiosa do cientista Henry Sun, do Desert Research Institute. Enquanto caminhava no deserto, notou que os líquenes não eram verdes, como esperado, mas pretos. Após investigar, ele percebeu que os pigmentos presentes nos líquenes funcionavam como um protetor solar natural. A amostra de líquenes, especificamente Clavascidium lacinulatum, foi exposta a um lampião de radiação UVC durante três meses em um ambiente controlado, onde metade das células conseguiu recuperar a capacidade de replicação ao serem reidratadas.
Tecnologia e objetivos
Os pesquisadores utilizaram um lampião UVC para simular as condições que poderiam ser encontradas em exoplanetas orbitando estrelas mais quentes e brilhantes, que emitem radiação UVC intensa. A pesquisa buscou compreender como organismos podem sobreviver em ambientes adversos, um fator crucial na busca por vida fora da Terra. A camada protetora dos líquenes, que age como estabilizador fotossensível, foi identificada como um mecanismo de defesa que protege as células contra reações químicas nocivas induzidas pela radiação.
Esta descoberta revela a extraordinária tenacidade da vida mesmo sob as condições mais severas, um lembrete de que a vida, uma vez iniciada, luta para perdurar.
(“This work reveals the extraordinary tenacity of life even under the harshest conditions, a reminder that life, once sparked, strives to endure.”)— Tejinder Singh, Pesquisador do NASA Goddard Space Flight Center
Próximos passos
Os cientistas pretendem aprofundar a investigação sobre a presença de microorganismos em exoplanetas, explorando o potencial para a vida em mundos que, como a Terra, podem enfrentar radiação letal. A pesquisa foi publicada em 12 de junho na revista Astrobiology.
A pesquisa nos aproxima mais da compreensão de onde a vida pode ser possível além deste planeta que chamamos de lar.
(“In exploring these limits, we inch closer to understanding where life might be possible beyond this planet we call home.”)— Tejinder Singh, Pesquisador do NASA Goddard Space Flight Center
Esses achados podem revolucionar nossa compreensão sobre a habitabilidade em outros mundos e a resistência da vida em ambientes extremos. O estudo representa um passo significativo na exploração espacial e na busca por vida fora da Terra.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)