
São Paulo — InkDesign News — A missão conjunta da Agência Espacial Europeia (ESA) e da NASA, chamada Solar Orbiter, fez uma descoberta significativa ao rastrear elétrons viajando quase à velocidade da luz de volta ao Sol, identificando sua origem em diferentes tipos de erupções solares.
Detalhes da missão
Lançado em fevereiro de 2020, o Solar Orbiter é uma missão destinada a estudar o Sol e seu ambiente complexo. Equipado com uma variedade de instrumentos, a espaçonave é capaz de observar eventos solares a diferentes distâncias do Sol, permitindo análises detalhadas. A carga útil inclui instrumentos como o STIX (Soleil Telescopic Imaging X-ray) e o EPD (Energetic Particle Detector), que possibilitam o monitoramento de partículas energéticas e fenômenos associados.
Tecnologia e objetivos
O Solar Orbiter detectou os chamados Elétrons Energéticos Solares (SEEs) no espaço após serem acelerados a altas energias. A pesquisa, liderada por Alexander Warmuth do Instituto de Astrofísica Leibniz de Potsdam, revelou duas origens distintas para esses elétrons. A primeira se relaciona a erupções solares menores, denominadas flares solares, enquanto a segunda envolve ejeções de massa coronal (CMEs) de maior magnitude. Segundo Warmuth, “Nós vemos uma clara divisão entre eventos de partículas ‘impulsivas’, onde esses elétrons energéticos partem da superfície do Sol em rajadas por meio de flares solares, e os ‘graduais’, associados a CMEs mais extensas, que liberam uma onda mais ampla de partículas ao longo do tempo.”
Próximos passos
Investigadores pretendem compreender melhor o atraso frequentemente observado entre a explosão de uma flare solar ou CME e a liberação dos SEEs no espaço. “Isso está, pelo menos em parte, relacionado a como os elétrons viajam através do espaço – pode haver um atraso na liberação, mas também um atraso na detecção”, explicou Laura Rodríguez-García, integrante da equipe da ESA. Futuros projetos, como a missão Smile da ESA, programada para 2026, irão ampliar a compreensão das interações entre o vento solar e o campo magnético da Terra.
Com essas descobertas, a missão Solar Orbiter já está contribuindo significativamente para o avanço no entendimento do Sol e seu impacto no sistema solar. À medida que a pesquisa avança, o conhecimento acumulado poderá melhorar previsões de eventos espaciais e proteger tecnologia terrestre e missões espaciais em futuro.
“Graças ao Solar Orbiter, estamos conhecendo nosso astro melhor do que nunca”
(“Thanks to Solar Orbiter, we’re getting to know our star better than ever.”)— Daniel Müller, Cientista do Projeto ESA, Solar Orbiter
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)