
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos, utilizando ondas gravitacionais, descobriram um “cemitério estelar” repleto de fusões entre remanescentes estelares extremos, como buracos negros e estrelas de nêutrons, durante a quarta fase de operações do LIGO, Virgo e KAGRA entre maio de 2023 e janeiro de 2024.
Detalhes da missão
As detecções mais recentes dobraram o número conhecido de “fusões mistas” entre buracos negros e estrelas de nêutrons, passando de um para dois. No total, 128 novas fusões de vários tipos foram “ouvidas” durante os primeiros nove meses do quarto ciclo operacional, que se estende por 18 meses. Esta análise é crucial para entender a vida e a morte estelar, particularmente para estrelas massa elevada que se tornam buracos negros após explosões de supernova.
Tecnologia e objetivos
Os dados foram coletados pelos detectores de ondas gravitacionais LIGO, Virgo e KAGRA, que apresentam melhor sensibilidade devido a upgrades realizados desde 2020. Durante este período, as medições tornaram-se mais de 25% mais sensíveis em comparação com a fase anterior de observação. “O novo update realmente destaca as capacidades da rede internacional de detectores de ondas gravitacionais”, disse o líder da equipe, Daniel Williams, pesquisador do Instituto de Pesquisa Gravitacional da Universidade de Glasgow.
“Esse novo conjunto de dados proporciona insights significativos sobre o cemitério cósmico, pois vimos os buracos negros mais massivos até agora.”
(“What we’ve observed in the first part of the two-year-long fourth observing run has broadened our understanding of the cosmic graveyard: we’ve seen the heaviest black holes yet.”)— Daniel Williams, Pesquisador, IGR
Próximos passos
A nova pesquisa não apenas poderá iluminar aspectos do ciclo estelar, mas também auxiliar na medição da taxa de expansão do universo. Rachel Gray, outra integrante da equipe, afirma:
“Cada fusão detectada fornece informações sobre a taxa de expansão do universo.”
(“This means that each merger we detect gives some information about the universe’s expansion rate.”)— Rachel Gray, Pesquisadora, IGR
Além disso, telescópios avançados, como o Vera Rubin, podem tornar mais provável a detecção simultânea de ondas gravitacionais e a luz correspondente dos eventos fonte das fusões observadas.
A profundidade desta pesquisa poderá expandir nossa compreensão sobre a formação e evolução dos buracos negros e estrelas de nêutrons, além de representar um avanço significativo no nosso conhecimento do cosmos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)