
São Paulo — InkDesign News — Cientistas da Universidade de Oxford, liderados pela planetóloga Carly Howett, projetaram uma nova missão chamada Persephone para investigar os mistérios de Plutão, com lançamento previsto entre 2029 e 2032. Após a passagem histórica da New Horizons em 2015, o objetivo é entrar em órbita do planeta anão por mais de três anos.
Detalhes da missão
A Persephone é uma proposta de missão que poderia se estender por mais de 50 anos, dependendo das condições e da aprovação do projeto. O veículo espacial terá a capacidade de operar em ambientes extremamente frios e utilizará cinco geradores termonucleares de rádioisótopos (RTGs) para manter a temperatura adequada. A missão visa investigar a presença de um possível oceano subsuperficial em Plutão, que poderia conter água em estado líquido, e analisará seu perfil geológico. A carga útil incluirá 11 instrumentos, compostos por ferramentas já testadas em missões anteriores, mas com modificações técnicas para aumentar sua eficácia.
Tecnologia e objetivos
Os instrumentos a bordo da Persephone terão como foco principal a análise da composição química de Plutão e de sua maior lua, Charon. A pesquisa incluirá a busca por uma estrutura de bulge em sua superfície, que estaria associada à presença de um oceano sob a crosta. “Esta missão deve ser capaz de mapear a totalidade de Plutão”, destacou Howett.
(“This mission should be able to image the whole of Pluto.”)— Carly Howett, Planetóloga, Universidade de Oxford
A missão também se concentrará em observar as atmosferas envolventes e as características únicas da superfície, incluindo formações de gelo que podem fornecer indícios sobre a dinâmica interna do planeta. Além disso, a Persephone poderá realizar medições gravimétricas para determinar a espessura de camadas de gelo internos, bem como capturar imagens em diferentes comprimentos de onda.
Próximos passos
As oportunidades de lançamento da Persephone estão disponíveis entre 2029 e 2032, período em que a configuração planetária será favorável. No entanto, a missão enfrenta desafios significativos, incluindo a necessidade de um investimento significativo em plutônio e tecnologia nuclear para operar os RTGs. Howett observou, “Embora qualquer missão que necessite de mais de um RTG deva enfrentar dificuldades para ser selecionada atualmente, o processo de proposta foi útil para validar a ideia de uma missão de retorno a Plutão.”
(“While I think any mission needing more than one RTG is going to struggle to get selected at the moment, I do think the process of doing the mission proposal was useful.”)— Carly Howett, Planetóloga, Universidade de Oxford
A possibilidade de explorar objetos do Cinturão de Kuiper após a passagem por Plutão também está sendo considerada, o que poderia elucidar as origens do sistema solar. A Persephone, como uma missão de nível ‘Flagship’, representará um avanço significativo na nossa compreensão sobre Plutão e as características dos objetos distantes no sistema solar.
Essa nova empreitada promete contribuir substancialmente para o conhecimento humano sobre os limites do nosso sistema solar e os processos que governam as formações de mundos gelados.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)