
São Paulo — InkDesign News — Um estudo liderado pelo Southwest Research Institute (SWRI) conclui que é possível realizar uma missão de reconhecimento a um objeto interestelar que visita nosso sistema solar, especificamente a cometa 3I/ATLAS.
Detalhes da missão
O SWRI apresentou uma proposta que demonstra que a trajetória de 3I/ATLAS está dentro do alcance interceptável da missão planejada. Os interstellar objects têm trajetórias “hiperbólicas”, o que significa que eles não orbitam o sol, mas entram e saem da vizinhança solar. De acordo com os cientistas, o contato com tais cometas poderia oferecer informações sem precedentes sobre sua composição e propriedades. A pesquisa mostra que missões de flyby “são viáveis e acessíveis” e poderiam ser realizadas com tecnologias já desenvolvidas pela NASA.
Tecnologia e objetivos
O estudo demonstrou que a energia necessária para uma sonda deixar a Terra e se aproximar de objetos interestelares é menor em muitos casos do que a requerida para outras missões dentro do sistema solar. A carga útil da sonda poderia incluir instrumentos para examinar as propriedades físicas do corpo interstelar e sua composição. “A missão poderia ser proposta à NASA posteriormente”, afirmou o SWRI, embora os detalhes sobre os custos ainda não tenham sido divulgados.
“Os flybys ofereciam insights sem precedentes sobre a composição e estrutura desses objetos, expandindo significantemente nosso entendimento sobre os processos de formação em outros sistemas estelares.”
(“Flybys of interstellar objects would give unprecedented insights into the composition, structure and properties of these objects, significantly expanding our understanding of solid body formation processes in other star systems.”)— Alan Stern, Vice-presidente associado, SWRI
Próximos passos
A proposta de missão está em fase de exploração e não implica que a NASA financiará o projeto. Entretanto, existem múltiplos esforços em andamento, como a nova capacidade de detecção oferecida por observatórios como o Vera C. Rubin Observatory, que podem facilitar a identificação de novos objetos interestelares em um futuro próximo. O SWRI estima que “numerosos” objetos interestelares passam dentro da órbita da Terra anualmente, com até 10.000 adentrando a órbita de Netuno, que está a 30 vezes a distância do sol.
“Demonstramos que não exige nada mais difícil do que as tecnologias e o desempenho de lançamento que a NASA já utilizou.”
(“We demonstrated that it doesn’t take anything harder than the technologies and launch performance that NASA has already flown.”)— Mark Tapely, Especialista em Mecânica Orbital, SWRI
A realização de missões a cometas interestelares representa um passo significativo na exploração espacial e ampliará nosso conhecimento sobre a formação e evolução de corpos celestes em outros sistemas solares.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)