
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos utilizaram o Instrumento de Mid-InfraRed (MIRI) do Telescópio Espacial James Webb, da NASA/ESA/CSA, para capturar uma impressionante imagem em infravermelho da parte central de Messier 82, uma galáxia em explosão estelar situada a aproximadamente 12 milhões de anos-luz de distância.
Contexto da descoberta
Messier 82, também conhecida como Galáxia Cigarro devido à sua forma elipsoidal alongada, foi descoberta pelo astrônomo alemão Johann Elert Bode em 1774. Com cerca de 40.000 anos-luz de diâmetro, a galáxia se destaca por sua velocidade excepcional na formação de estrelas, ocorrendo a uma taxa dez vezes superior à da nossa Via Láctea.
Métodos e resultados
Em imagens de luz visível, a intensa atividade no centro de Messier 82 é ofuscada por uma rede de nuvens densas e poeirentas. As capacidades do Webb em infravermelho permitem que os cientistas observem essa região oculta, revelando uma das fases mais intensas de formação de estrelas conhecidas. Segundo os astrônomos, “Messier 82 é classificada como uma galáxia em explosão estelar porque está formando novas estrelas a uma taxa muito maior do que o esperado, especialmente em seu núcleo” (
“Messier 82 é classificada como uma galáxia em explosão estelar porque está formando novas estrelas a uma taxa muito maior do que o esperado, especialmente em seu núcleo”
(“Messier 82 is classified as a starburst galaxy because it is forming new stars at a rate much faster than expected for a galaxy of its size, especially at its center.”)— Astrônomos do Webb
).
O novo registro obtenido pelo MIRI não apenas mostra a emissão de poeira quente, mas também traça a presença de moléculas orgânicas complexas chamadas hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs). A emissão dessas moléculas mapeia os amplos fluxos da galáxia, que são impulsionados pela intensa radiação e ventos gerados pelas jovens estrelas dos superaglomerados centrais.
Implicações e próximos passos
A interação gravitacional com a vizinha, a galáxia espiral Messier 81, parece ser a razão para a explosão de formação estelar em Messier 82, fornecendo gás essencial ao núcleo da galáxia. “Suspeitamos que as duas galáxias tenham interagido gravitacionalmente, enviando gás para o centro de Messier 82 milhões de anos atrás” (
“Suspeitamos que as duas galáxias tenham interagido gravitacionalmente, enviando gás para o centro de Messier 82 milhões de anos atrás”
(“We suspect that the two galaxies have interacted gravitationally, sending gas pouring into Messier 82’s center millions of years ago.”)— Astrônomos do Webb
). Essa influxo de gás não apenas facilitou a criação de novas estrelas, como também resultou na formação de mais de 100 superaglomerados, cada um com cerca de 100.000 estrelas.
Os ventos galácticos gerados por esses superaglomerados podem, entretanto, colocar um fim à era de explosão estelar em Messier 82, uma vez que esses ventos podem carregar consigo o gás frio necessário para a formação de novas estrelas.
Essas observações abrem novas linhas de pesquisa sobre a dinâmica de interações entre galáxias e o impacto da formação de estrelas em escalas galácticas, com implicações para a compreensão da evolução de galáxias semelhantes em todo o universo.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)