NASA observa que céus nevoentos de Plutão tornam planeta mais frio

São Paulo — InkDesign News — O Telescópio Espacial James Webb (JWST) revelou que a névoa sobre Plutão, um planeta anão distante, desempenha um papel fundamental ao resfriar sua atmosfera e ao mesmo tempo impulsionar a fuga de metano e outras moléculas orgânicas de sua superfície.
Detalhes da missão
A recente descoberta ocorreu em 2 de junho de 2023, quando a equipe científica liderada por Xi Zhang, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, conseguiu detectar a névoa em Plutão, um fenômeno que havia sido previsto em 2017. A carga útil do JWST, com sua impressionante capacidade de observação, permitiu a identificação de propriedade atmosféricas que antes eram indetectáveis. Durante o sobrevoo da sonda New Horizons em 2015, medições haviam indicado que a atmosfera de Plutão está perdendo cerca de 1,3 quilos (2,9 libras) de metano por segundo.
Tecnologia e objetivos
O JWST, com seu espelho primário de 6,5 metros e o Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI), possibilitou a detecção da emissão térmica no infravermelho médio da névoa em Plutão. Essa névoa, constituída de aerossóis sólidos suspensos, absorve radiação ultravioleta extrema proveniente do sol, esquentando a atmosfera e facilitando a fuga de moléculas. “Usamos o termo ‘névoa’ para descrever camadas de aerossóis sólidos suspensos em uma atmosfera”, afirmou Tanguy Bertrand do Observatoire de Paris.
A atmosférica de Plutão é majoritariamente composta de nitrogênio, com uma pequena quantidade de dióxido de carbono e hidrocarbonetos.
(“Pluto’s atmosphere is mostly nitrogen, with a smidgen of carbon dioxide and hydrocarbons such as methane.”)— Tanguy Bertrand, Cientista, Observatoire de Paris
Próximos passos
A equipe de Zhang está atualmente investigando as propriedades da névoa para determinar se ela possui um efeito de resfriamento ou aquecimento sob diferentes condições atmosféricas. “A dependência do aquecimento ou resfriamento depende das propriedades da névoa, como tamanho, forma e composição”, disse Bertrand. A pesquisa futura se concentrará na dinâmica da atmosfera de Plutão, que é influenciada por ciclos de sublimação e congelamento, envolvendo moléculas como nitrogênio e metano provenientes de Glacier Sputnik Planitia.
Com a possibilidade de que tal névoa semelhante possa ter existido na Terra primitiva, essa pesquisa abre novas avenidas para entender não apenas as condições em Plutão, mas também o desenvolvimento de ambientes planetários. A exploração de Plutão poderá oferecer informações valiosas sobre a formação e evolução de atmosferas em corpos celestes.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)