
São Paulo — InkDesign News — Em 10 de setembro, pesquisadores relataram que o rover Perseverance, da NASA, encontrou minerais intrigantes na borda ocidental da cratera Jezero em Marte, uma região que pode ter abrigado um corpo d’água há bilhões de anos. Esta descoberta promete oferecer novas pistas na busca por vida antiga no planeta vermelho.
Detalhes da missão
Desde fevereiro de 2021, o Perseverance tem explorado a cratera Jezero, uma grande cavidade considerada uma das áreas mais promissoras para a identificação de evidências de vida ancestral em Marte. Em um estudo recente, os cientistas discutiram a descoberta de amostras coletadas na formação conhecida como “Bright Angel”, localizada no vale denominado “Neretva Vallis”. Entre essas amostras, destaca-se a rocha “Cheyava Falls”, que atraiu atenção devido a suas características peculiares.
Tecnologia e objetivos
O rover é equipado com uma variedade de instrumentos científicos, incluindo câmeras e espectrômetros, que têm permitido a análise detalhada dos dados das rochas marcianas. As características em Cheyava Falls lembram “sementes de papoula” e “manchas de leopardos”, peculiaridades que fazem os cientistas questionarem suas origens. “Essas manchas são uma grande surpresa”, afirmou David Flannery, astrobiólogo da Queensland University of Technology.
“Esses tipos de características em rochas são frequentemente associados ao registro fossilizado de micróbios vivendo no subsolo.”
(“These types of features in rocks are often associated with the fossilized record of microbes living in the subsurface.”)— David Flannery, Astrobiólogo, Queensland University of Technology
Próximos passos
As análises preliminares das amostras de Cheyava Falls revelaram nanocristais enriquecidos em fosfato e sulfeto de ferro, que podem estar associados a carbono orgânico. A pesquisa observa que reações redox, que são reações químicas envolvendo transferência de elétrons, podem ter contribuído para a formação desses minerais. A confirmação da origem desses compostos é essencial para determinar se eles representam biossinais. A autora do estudo, Janice Bishop, observa:
“Na Terra, os microrganismos interagem com minerais e podem converter sulfatos em sulfetos em lagos de água fria e desprovidos de oxigênio.”
(“On Earth, microorganisms commonly interact with minerals and have been observed to convert sulfates (which contain oxidized sulfur atoms) to sulfides (which contain reduced sulfurs) in cold, oxygen-free Antarctic lakes.”)— Janice Bishop, Instituto SETI
Entretanto, para validar esses achados, as amostras coletadas pelo Perseverance devem ser retornadas à Terra, um passo crucial que ainda depende da viabilidade da missão de retorno de amostras de Marte, atualmente em condições incertas devido a restrições orçamentárias. Estudos futuros e colaborações são essenciais para avançar nessa investigação.
A exploração contínua de Marte não só amplia nosso entendimento sobre a formação planetária, mas também instiga novas perguntas sobre a possibilidade de vida em outros mundos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)