São Paulo — InkDesign News — A descoberta de carbonatos em rochas sedimentares pelos rovers de Marte oferece uma nova visão sobre a transição climática do planeta vermelho, que era mais quente e úmido há 3,5 bilhões de anos, para o ambiente árido que ocorre atualmente.
Detalhes da missão
A missão MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile EvolutioN), da NASA, chegou à órbita de Marte em 2014 com o objetivo de estudar a taxa de perda de moléculas atmosféricas do planeta. A missão demonstrou que a atmosfera marciana, que era rica em dióxido de carbono, passou por um processo de esgotamento que não se pode atribuir à fuga de carbono para o espaço. Em vez disso, a quantidade de carbono-12 é maior do que a de carbono-13, o que indica que o carbono atmosférico deve ter se transformado em carbonato, sendo retido no solo.
Tecnologia e objetivos
Os rovers Curiosity e Perseverance têm desempenhado papéis cruciais na identificação de carbonatos. Curiosity, no Monte Sharp, e Perseverance, na cratera Jezero, descobriram significativas quantidades desses minerais, que se formam a partir de reações químicas entre o dióxido de carbono e a água. Isso sugere que a atmosfera de Marte se tornou mais fina ao longo do tempo, afetando o clima marciano. O cientista Edwin Kite, da Universidade de Chicago, afirmou que “perder dióxido de carbono na forma de rochas carbonáticas teve um efeito drástico no clima de Marte”.
(“Losing atmospheric carbon in the form of carbonate rocks would have drastically affected Mars’ climate.”)
Próximos passos
O próximo foco das investigações será a confirmação da presença de carbonatos em outras regiões do planeta, pois a amostra do cratera Gale ainda é considerada representativa apenas de sua área. Para isso, novas expedições estão sendo planejadas, com a colaboração de várias agências espaciais. A análise contínua pode proporcionar insights sobre a história da água líquida em Marte, revelando padrões de clima que variaram significativamente ao longo de bilhões de anos.
As evidências geológicas demonstram que a água líquida ainda apareceu, embora de forma esporádica, ao longo dos últimos 3.5 bilhões de anos. Essa informação é vital para entender nossa própria história climática.
(“These geological findings help explain the evidence of intermittent liquid water on the surface of Mars during the past 3.5 billion years.”)— Edwin Kite, Cientista Planetário, Universidade de Chicago
Essas descobertas ilustram a transformação climática de Marte e destacam como a pesquisa contínua poderá expandir o nosso entendimento sobre as condições habitáveis de outros planetas, oferecendo potenciais implicações para a exploração humana no futuro.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)
