
São Paulo — InkDesign News — A recente descoberta do exoplaneta TOI-6894b, orbitando uma anã vermelha localizada a 238 anos-luz da Terra, desafia a compreensão até então consolidada sobre a formação de planetas gigantes. A anã vermelha TOI-6894 possui apenas 20% da massa solar, mas abriga um exoplaneta apenas um pouco maior que Saturno, embora com uma massa equivalente a cerca de metade da do planeta anelado.
Detalhes da missão
A detecção de TOI-6894b foi realizada pelo Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), uma missão da NASA voltada para a identificação de exoplanetas por meio do método de trânsito. O exoplaneta completa uma órbita em torno de sua estrela a cada 3,37 dias, a uma distância de apenas 3,89 milhões de quilômetros. O nome “TOI” refere-se a “TESS Object of Interest”. Edward Bryant, da Universidade de Warwick, liderou a busca, analisando dados de mais de 91.000 estrelas anãs vermelhas de baixa massa.
Tecnologia e objetivos
Após a identificação do trânsito do planeta, a equipe utilizou espectrógrafos avançados, como o ESPRESSO no Very Large Telescope, e o SPIRou no Telescópio Canadá-França-Hawai, para determinar a massa do TOI-6894b. Essa análise é essencial, já que pesquisas estatísticas indicam que apenas 1,5% das anãs vermelhas abrigam planetas gigantes, tornando TOI-6894b uma descoberta rara. A importância dessa pesquisa se reflete na busca por compreender como um planeta tão massivo pode formar-se em ermos protoplanetários com tão pouca massa estelar.
Próximos passos
Observações adicionais estão agendadas com o James Webb Space Telescope (JWST) para investigar a atmosfera de TOI-6894b, com expectativas de detectar compostos como metano e amônia. Essas observações não apenas esclarecerão a composição atmosférica do exoplaneta, mas também podem ajudar a determinar o modelo de formação que melhor explica sua existência, seja ele o processo clássico de acreção de núcleo ou uma instabilidade de disco. Amaury Triaud, da Universidade de Birmingham, enfatiza que “temperaturas são baixas o suficiente para que observações atmosféricas possam até mostrar amônia, o que seria a primeira vez que encontramos esse composto na atmosfera de um exoplaneta”.
A descoberta de TOI-6894b poderá promover um avanço significativo no entendimento sobre a formação de planetas gigantes, especialmente em contextos que desafiam as teorias existentes. A relevância desta pesquisa destaca a diversidade do universo, ao mesmo tempo em que abre novas frentes para a investigação de atmosferas de exoplanetas.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)