
São Paulo — InkDesign News — Pesquisas recentes sugerem que as mortes explosivas de estrelas massivas, conhecidas como supernovas, podem ter causado efeitos dramáticos no clima da Terra ao longo de sua história distante. Investigando incidentes históricos desses eventos, os cientistas buscam entender suas possíveis consequências futuras.
Detalhes da missão
Supernovas ocorrem quando estrelas significativamente mais massivas que o Sol atingem o final de seus suprimentos de combustível nuclear e não conseguem mais se sustentar contra a própria gravidade. O colapso gravitacional total resulta na formação de uma estrela de nêutrons ou um buraco negro e gera uma explosão de energia e partículas de alta velocidade, que podem se propagar por sistemas estelares e até mesmo por galáxias inteiras.
Tecnologia e objetivos
O pesquisador Robert Brakenridge, do Instituto de Pesquisa Ártica e Alpina, desenvolveu um novo modelo que analisa como a radiação de supernovas interage com a atmosfera da Terra, utilizando dados de poderosos telescópios espaciais. Este modelo revelou que um repentino fluxo de fótons de alta energia de uma supernova pode danificar a camada de ozônio da Terra. A camada de ozônio desempenha um papel crucial na proteção do planeta contra radiações solares prejudiciais. Como Brakenridge destaca:
A radiação poderia ter um efeito bastante dramático na sociedade humana. Precisamos descobrir se, de fato, causaram mudanças ambientais no passado.
(“When nearby supernovas occur in the future, the radiation could have a pretty dramatic effect on human society. We have to find out if indeed they caused environmental changes in the past.”)— Robert Brakenridge, Pesquisador Sênior, Instituto de Pesquisa Ártica e Alpina
Próximos passos
Brakenridge examinou registros de anéis de árvores que abrangem cerca de 15.000 anos, identificando 11 picos de carbono radioativo que podem associar-se a explosões de supernovas. Para validar essa teoria, os pesquisadores buscam eliminar possibilidades alternativas, como flares solares, mediante a comparação com dados provenientes de núcleos de gelo e sedimentos do fundo do mar. Os próximos passos podem incluir investigações mais profundas sobre a conexão entre a radiação de supernovas e a atmosfera da Terra, o que seria crucial ao considerarmos eventos futuros.
“Os eventos que conhecemos, aqui na Terra, estão na época e na intensidade corretas”, afirma Brakenridge. O estudo sobre supernovas pode se tornar especialmente relevante quando a conhecida estrela gigante vermelha Betelgeuse, situada a cerca de 700 anos-luz de distância, eventualmente explodir, prevista para acontecer nos próximos 100.000 anos.
Este tipo de pesquisa inova o entendimento sobre nossas interações com eventos cósmicos e pode beneficiar nossa capacidade de prever e mitigar impactos climáticos potenciais no futuro.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)