
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos estão explorando o sistema TRAPPIST-1 com o Telescópio Espacial James Webb, resultado em novas descobertas sobre as atmosferas de exoplanetas. As primeiras análises de TRAPPIST-1e indicam a possibilidade de um ambiente propício para água.
Contexto da descoberta
O sistema TRAPPIST-1, localizado a 38,8 anos-luz na constelação de Aquário, abriga sete planetas similares em tamanho à Terra e Vênus. Entre eles, TRAPPIST-1e é de particular interesse, pois orbita a uma distância que teórica permite a presença de água em sua superfície, caso uma atmosfera exista.
Métodos e resultados
A equipe liderada pelo Dr. Néstor Espinoza do Instituto de Ciências do Telescópio Espacial utilizou o NIRSpec (Espectrógrafo de Infravermelho Próximo) do Webb. Durante a transição de TRAPPIST-1e à frente de sua estrela, a luz estelar que passou pela possível atmosfera do planeta foi analisada. A absorção parcial dessa luz ajuda a identificar os compostos químicos presentes.
“Desenvolvemos abordagens inovadoras para trabalhar com os dados do Webb a fim de determinar as potenciais atmosferas e ambientes superficiais de TRAPPIST-1e.”
(“We developed novel approaches to working with Webb’s data to determine TRAPPIST-1e’s potential atmospheres and surface environments.”)— Néstor Espinoza, Cientista, Instituto de Ciências do Telescópio Espacial
Os dados iniciais de quatro trânsitos não confirmam a presença de uma atmosfera, mas sugerem que TRAPPIST-1e pode não ter mantido sua atmosfera primária e, possivelmente, não formou uma atmosfera secundária mais pesada que permitisse a preservação de água.
Implicações e próximos passos
Os pesquisadores não descartam completamente a presença de água. “Um pequeno efeito estufa pode fazer uma grande diferença, e as medidas não descartam uma quantidade adequada de dióxido de carbono para manter um ambiente estável.” (A little greenhouse effect goes a long way, and the measurements do not rule out adequate carbon dioxide to sustain some water on the surface.)
Os dados sugerem que, se presente, a água poderia existir em forma de um oceano global ou em áreas menores adjacentes ao lado sempre iluminado do planeta. As observações contínuas do Webb deverão esclarecer a composição atmosférica e as condições de TRAPPIST-1e.
Essa pesquisa representa os primeiros passos em um novo campo de exploração para o telescópio, permitindo a coleta de dados que podem mudar o entendimento sobre a habitabilidade de mundos distantes, essencial para futuras investigações.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)