São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores descobriram que as trilhas deixadas por redemoinhos de poeira em Marte, conhecidas como trilhas de redemoinhos de poeira (DDTs), podem fornecer informações valiosas sobre a dinâmica desses fenômenos e auxiliar no planejamento de futuras missões às superfícies do planeta vermelho.
Detalhes da missão
As observações foram realizadas por uma equipe liderada por Ingrid Daubar, cientista planetária da Universidade Brown, utilizando imagens capturadas pelo High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE) da sonda Mars Reconnaissance Orbiter. Entre janeiro de 2014 e abril de 2018, foram analisadas 21.475 imagens, das quais 798 apresentaram DDTs, representando menos de 4% da amostra. Essa análise destacou que os redemoinhos de poeira são mais comuns nas altas latitudes do Hemisfério Norte e Sul, com picos durante o verão de cada hemisfério.
Tecnologia e objetivos
A tecnologia HiRISE permite capturar detalhes da superfície marciana com resoluções de até 1 metro. Segundo Daubar, “As trilhas deixadas pelos redemoinhos duram mais, permitindo uma observação mais aprofundada”
(“Dust devils themselves are difficult to capture in images because they are so short-lived.”)— Ingrid Daubar, Cientista Planetária, Universidade Brown. Esses dados revelam que a formação dos DDTs está associada a uma combinação de fatores atmosféricos, como a excentricidade orbital de Marte, que intensifica a circulação atmosférica no verão do Hemisfério Sul. Os pesquisadores observaram que essas trilhas são mais facilmente preservadas em regiões com uma mistura de areia, rochas e bedrock, destacando a importância do material subjacente na formação deles.
Próximos passos
Os pesquisadores ressaltam a importância de compreender a atividade dos redemoinhos de poeira para a seleção de locais de pouso de futuras missões. Regiões de alta latitude onde os DDTs ocorrem com mais frequência podem ajudar a revitalizar painéis solares dos rovers, aumentando a viabilidade das missões. “Pode ser que haja apenas alguns locais onde os objetivos científicos específicos possam ser alcançados”, comenta Daubar, indicando que o conhecimento sobre DDTs pode influenciar decisões críticas no planejamento de futuras expedições a Marte.
Esse avanço nas investigações sobre os redemoinhos de poeira em Marte acrescenta um novo capítulo ao entendimento da dinâmica atmosférica do planeta e fortalece os esforços da exploração espacial, contribuindo para o conhecimento humano sobre ambientes extraterrestres.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)
