
São Paulo — InkDesign News — A Agência Espacial Europeia (ESA) está avaliando os impactos potenciais dos cortes propostos pelo governo dos Estados Unidos no orçamento da NASA, divulgados em 2 de maio, que podem levar ao cancelamento de importantes missões conjuntas em órbita lunar e exploração marciana.
Detalhes da missão
O orçamento enxuto sugerido pela administração Trump propõe uma redução de 24% nos recursos da NASA, afetando diretamente dois projetos de cooperação com a ESA: a estação orbital Gateway ao redor da Lua e a Missão de Retorno de Amostras de Marte (Mars Sample Return – MSR). A ESA está comprometida em fornecer um componente essencial da Gateway e o orbitador Terra de Retorno para a MSR. Segundo declaração do Diretor-Geral da ESA, Josef Aschbacher, “NASA has briefed ESA about the Budget Request, and while some questions still remain about the full repercussions, follow-up meetings are already taking place with NASA”
(“A NASA informou a ESA sobre a solicitação orçamentária e, embora algumas questões ainda permaneçam quanto às repercussões completas, reuniões de acompanhamento já estão acontecendo com a NASA”).
Esses projetos têm cronogramas alinhados à exploração humana da Lua e à coleta de amostras marcianas para análise em laboratórios terrestres, com perfil de voo envolvendo foguetes do tipo Space Launch System (SLS) e espaçonaves Orion, cuja continuidade também está ameaçada.
Tecnologia e objetivos
A Gateway funcionará como um habitat em órbita lunar, equipado com módulos desenvolvidos e fornecidos por parceiros internacionais, incluindo a ESA. A missão MSR visa recuperar amostras do solo marciano que podem conter pistas essenciais sobre a biologia e a geologia do planeta vermelho. Os instrumentos embarcados nesses veículos pesam avanços em tecnologia de propulsão, sistemas de suporte à vida e robótica para garantir o sucesso científico e operacional das missões.
“ESA remains open to cooperation with NASA on the programs earmarked for a reduction or termination but is nevertheless assessing the impact with our Member States in preparation for ESA’s June Council”
(“A ESA permanece aberta à cooperação com a NASA nos programas destinados à redução ou término, mas está avaliando o impacto com nossos Estados-membros em preparação para o Conselho da ESA em junho”), destacou Aschbacher.
Próximos passos
A reunião do Conselho da ESA prevista para junho será decisiva para analisar cenários alternativos diante dos cortes orçamentários, buscando preservar programas e a indústria europeia associada. Além dos cortes, tarifas recentes impostas pelos EUA podem influenciar negativamente as cadeias de suprimentos e estimular a ESA a expandir parcerias com países como Japão, Índia, Coreia do Sul e nações do Golfo.
Esses ajustes podem redefinir o panorama da cooperação transatlântica na área espacial, potencialmente direcionando esforços para acordos multilaterais e novos modelos de colaboração científica e tecnológica.
O impacto desses acontecimentos ultrapassa as fronteiras políticas e econômicas, condicionando avanços na exploração espacial e o aprofundamento do conhecimento humano sobre a Lua, Marte e além, em um momento crucial para a expansão da presença humana no sistema solar.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)