
São Paulo — InkDesign News — A nova pesquisa sobre o asteroide Ryugu revelou que água líquida fluiu na superfície do corpo progenitor deste objeto próximo à Terra, muito depois do que os cientistas pensavam ser possível, conforme os resultados de um estudo publicado em 10 de setembro.
Detalhes da missão
As amostras de rocha de Ryugu foram coletadas pela sonda Hayabusa2 entre 2018 e 2019, sendo retornadas à Terra em 5 de dezembro de 2020. O estudo indica que a água líquida esteve presente no asteroide por um bilhão de anos após a sua formação, revelando detalhes importantes sobre a história da água no sistema solar.
Tecnologia e objetivos
A pesquisa utilizou isótopos radioativos dos elementos lutécio e háfnio para estabelecer um cronograma natural de processos geológicos. Os pesquisadores descobriram que as amostras de Ryugu continham quantidades maiores de isótopos de háfnio em comparação com os de lutécio, indicando a lavagem de lutécio pelas fluídos que se moviam nas rochas do asteroide. “
Encontramos que Ryugu preservou um registro primitivo da atividade da água, evidência de que fluidos se moveram através de suas rochas muito depois do que esperávamos.
(“We found that Ryugu preserved a pristine record of water activity, evidence that fluids moved through its rocks far later than we expected.”)— Tsuyoshi Iizuka, Cientista, Universidade de Tóquio
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Próximos passos
A equipe planeja investigar veios de fosfato nas amostras de Ryugu para estabelecer uma idade mais precisa para o fluxo de água em seu corpo progenitor. Também será feita uma comparação com análises de amostras do asteroide Bennu, que foram retornadas pela missão OSIRIS-REx em setembro de 2023. Essa investigação pode esclarecer se a atividade de água tardia observada em Ryugu é única a este asteroide ou se foi preservada em outros corpos celestes.
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A ideia de que objetos semelhantes a Ryugu mantiveram gelo por tanto tempo é notável. Isso sugere que os blocos de construção da Terra eram muito mais úmidos do que imaginávamos.
(“The idea that Ryugu-like objects held on to ice for so long is remarkable.”)— Tsuyoshi Iizuka, Cientista, Universidade de Tóquio
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Esta nova descoberta não só transforma nossa compreensão da formação de planetas há 4,6 bilhões de anos, mas também sugere que asteroides como Ryugu podem ter contribuído significativamente para a entrega de água à Terra primitiva, impactando diretamente a formação dos oceanos e da atmosfera do nosso planeta.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)